Israel repreendeu os embaixadores da Irlanda, Noruega e Espanha nesta quinta-feira (23) sobre o plano de seus governos para reconhecer um Estado palestino, disseram autoridades israelenses, desprezando a iniciativa como uma tentativa de “ressuscitar… políticas antigas e fracassadas”.
Anunciando na quarta-feira (22) que reconheceriam um Estado palestino em 28 de maio, os três países europeus disseram que queriam ajudar a garantir a suspensão da devastadora ofensiva israelense em Gaza e reavivar as negociações de paz que pararam há uma década.
As razões para o impasse incluem a ascensão de militantes do Hamas que governam Gaza e buscam a destruição de Israel, e a expansão de assentamentos judeus na Cisjordânia ocupada, que se recusa a ceder aos palestinos.
A guerra, desencadeada por uma onda de assassinatos e sequestros em outubro de 2017 por integrantes do Hamas, atiçou a violência na Cisjordânia e diminuiu ainda mais o interesse israelense na diplomacia da paz.
“Se Israel aprendeu alguma coisa nos últimos meses, é que nossos filhos merecem um futuro melhor e mais seguro – não a ressurreição de políticas antigas e fracassadas”, disse o porta-voz do governo, Avi Hyman.
“O reconhecimento de um Estado palestino não promove a paz. Perpetua a guerra”, disse ele a repórteres. “Qualquer tipo de suposta solução para o conflito Israel-Palestina que comprometa a segurança de Israel não significa paz. Não haverá nenhum comprometimento em nossa segurança.”
Os três enviados foram convocados para o Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém, onde deveriam ser mostradas imagens anteriormente não exibidas do Hamas levando recrutas do exército feminino em cativeiro, disseram autoridades.
Israel também convocou seus próprios embaixadores em Dublin, Oslo e Madri para consultas.
Algumas outras potências ocidentais dizem que o reconhecimento de um Estado palestino deve seguir as negociações.