Pela terceira vez em dois meses, região de Grindavik vive série intensa de abalos sísmicos e lava expelida por fissuras no solo. Moradores foram retirados às pressas durante a madrugada deste domingo.Uma nova erupção vulcânica foi registrada neste domingo (14/01) perto da cidade pesqueira de Grindavik, no sudoeste da Islândia. Os moradores foram retirados do local às pressas durante a madrugada. Não há relatos de feridos. É a segunda erupção em menos de um mês na região.
Horas antes do começo da erupção, a atividade sísmica se intensificou fortemente, com mais de 200 tremores – o mais forte deles de magnitude 3,5 –, motivo pelo qual os moradores foram alertados a deixar suas casas com urgência. Imagens de câmeras de vigilância mostram grandes fluxos de lava brilhante escorrendo por duas fissuras. A Agência Meteorológica da Islândia alertou que o magma se movia abaixo da superfície da Terra e que a probabilidade de uma erupção era alta.
Esta é a quinta erupção vulcânica na Islândia em quase três anos e a terceira em pouco mais de três meses. A última havia ocorrido há menos de um mês, na noite de 18 de dezembro, nesta mesma zona, a cerca de 40 quilômetros a sudoeste da capital, Reykjavík.
Em 11 novembro, a pequena Grindavik, de 4 mil habitantes, já tinha sido evacuada como medida de precaução após centenas de sismos provocados pela deslocação do magma sob a crosta terrestre – um precursor de uma erupção vulcânica. Os terremotos danificaram a cidade, criando grandes fissuras nas estradas, casas e edifícios públicos, em imagens que circularam por todo mundo.
Pouco depois da erupção de 18 de dezembro, os habitantes foram autorizados a regressar brevemente a suas casas e, cinco dias depois, em 23 de dezembro, de forma permanente, antes de serem novamente retirados na madrugada deste domingo.
As autoridades locais tinham dado uma ordem no sábado à noite para que os habitantes abandonassem a localidade até segunda-feira, devido à atividade sísmica e ao impacto nas fendas existentes na cidade. No entanto, tiveram que acelerar a retirada da população após a intensificação dos tremores.
Desaparecido
Na quarta-feira, um islandês de 51 anos que trabalhava no preenchimento de uma fenda num jardim privado desapareceu quando o solo cedeu subitamente sob os seus pés.
Após 48 horas de buscas intensas, as autoridades decidiram suspendê-las na sexta-feira à noite, devido ao perigo.
Na mesma região, as autoridades estão atentas à central geotérmica de Svartsengi, que fornece eletricidade e água a cerca de 30 mil pessoas e cujas instalações estão protegidas por um muro.
A Islândia é conhecida como terra de fogo e gelo e é a maior e mais ativa região vulcânica da Europa, com mais de 30 sistemas vulcânicos ativos. A nação insular do Atlântico Norte fica na chamada Dorsal Meso-Atlântica, que separa as placas da Eurásia e da América do Norte.
A península ao sul de Reykjavik, onde ocorreram as últimas três erupções, foi poupada deste tipo de fenômeno por oito séculos, até março de 2021.
A erupção mais significativa dos últimos anos na Islândia aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull lançou enormes nuvens de cinza que, durante dias, afetaram o ar e os voos em toda a Europa.