Dois anos após alcançar 12 mil votos em sua tentativa frustrada de eleger-se vereador na capital paulista, Bruno Zambelli (PL), de 44 anos, mudou a estratégia e viu sua votação disparar conforme o Estadão, em busca de uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo. A dobradinha feita com a irmã, a deputada federal Carla Zambelli (PL), resultou em 235 mil votos no Estado e a quarta melhor colocação entre todos os candidatos eleitos em São Paulo. No próximo dia 15, Bruno assume o mandato com as mesmas bandeiras da irmã: defender os valores cristãos, ‘praticar o bolsonarismo’ e combater o governo Lula.
Novato na política partidária, Bruno foi nomeado duas vezes para cargos comissionados no Ministério da Agricultura durante a gestão Bolsonaro. Na primeira oportunidade, porém, ficou na função por apenas dez dias, saindo a pedido após suspeita de nepotismo cruzado – na época, em 2019, a deputada Carla Zambelli havia nomeado em seu gabinete Mauricio Nabhan Garcia, irmão de Nabhan Garcia, então secretário especial de assuntos fundiários da pasta.
Mas, em 2021, Bruno foi novamente nomeado e passou a trabalhar como chefe de gabinete da secretaria, recebendo salário de R$ 10,3 mil por mês. Em seu retorno ao governo federal, o comando da pasta já não era mais de Nabhan, mas de Luiz Antônio Garcia. Deixou o posto para se candidatar, em 2022, a deputado estadual.
Em sua segunda campanha, Bruno associou sua imagem não apenas à irmã, mas aos demais candidatos apoiados pelo então presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, como os ex-ministros Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Marcos Pontes (PL), ambos eleitos respectivamente como governador e senador no Estado.
Durante a campanha, além de criticar Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, o agora deputado eleito assumiu a defesa do voto impresso e o combate ao uso de máscaras e vacinas contra a covid-19, bandeiras comuns aos mais integrantes de seu partido. Também fez posts em suas redes sociais contra a Lei Rouanet e a postura de ministros do Supremo Tribunal Federal.