Presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) destacou, nesta terça-feira (16), os 22 anos do Dia 16 de Maio, quando a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, no Canela, foi invadida pela PM. A vereadora Marta é irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
A parlamentar lembra que foi uma repressão à manifestação que pedia a cassação de ACM, então senador acusado de ter violado a lei e quebrado o sigilo do painel eletrônico do Senado. Cerca de oito mil pessoas participavam do ato, que foi violentamente repreendido pelos militares dentro e fora da instituição federal.
“Estavam ali, a caminho do bairro da Graça, onde o político morava, sindicalistas, movimentos sociais, estudantes, professores e setores da sociedade civil exercendo o direito democrático de se expressar e gritando basta para a forma carlista de governar com ameaças, perseguições a estudantes, sindicatos e movimentos sociais”, recorda a vereadora. Hoje, um dos locais onde o confronto aconteceu se chama Viaduto 16 de Maio, a partir de um projeto de Marta Rodrigues.
Para a vereadora, a data faz parte da história da capital baiana e é um marco na luta pela democracia. Marta Rodrigues lembra que um dos episódios mais violentos no enfrentamento à PM, sob o comando do então governador César Borges, ocorreu em cima do Viaduto Nelson Sampaio.
Anos depois, a petista chegou a apresentar um projeto de indicação (PIN-70/2009) para que o viaduto passasse a se chamar 16 de Maio, em referência à luta travada por democracia na capital. A proposição foi defendida pelo Conselho da Universidade Federal da Bahia, que se reuniu um dia após o episódio.
Embate
“Aquele dia de 2001 tem que ser registrado e sempre lembrado. Por isso o viaduto é 16 de Maio. Foi a luta da população por direitos e democracia. Naquele espaço, foi travado um embate do povo soteropolitano e baiano contra o autoritarismo e as arbitrariedades do carlismo, que não queremos mais para a Bahia nem no formato antigo, tampouco no formato disfarçado de novo”, declarou.
A petista afirma que é uma data para jamais ser esquecida e repetida: “Um momento marcado não só pela violenta opressão, mas pela resistência de mais de oito mil pessoas que exerciam seus direitos e pediam a cassação do então senador, após ele ter violado a lei quebrado o sigilo do painel eletrônico do Senado”.
Para Marta, “foram momentos inesquecíveis que remontaram o período da ditadura. Naquele dia, a Ufba, uma instituição federal, foi invadida pela Polícia Militar contrariando aConstituição Federal. Jovens, professores, pais e mães foram agredidos com uma força brutal da polícia porque exercíamos nosso direito de liberdade de expressão. Não queremos mais que se repita algo parecido na Bahia”.