O Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hosein Amir-Abdolahian, disse nesta quinta-feira (12). que se o bombardeio promovido por Israel na Faixa de Gaza continuar, a guerra poderá se desdobrar em “outras frentes”, numa aparente referência a um grupo que inclui a Síria, o movimento xiita libanês Hezbollah ou as milícias iraquianas.
Amir-Abdolahian chegou a Beirute na noite de quinta-feira (12), onde foi saudado por representantes do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina, juntamente com autoridades libanesas. “À luz da agressão contínua, dos crimes de guerra e do cerco a Gaza, a abertura de outras frentes é uma possibilidade real”, disse Amirabdollahian, falando aos jornalistas à sua chegada.
“É claro que se os crimes de guerra contra a Palestina e Gaza continuarem, receberão uma resposta dos restantes eixos, e a entidade e os países que os apoiam são responsáveis por essas consequências”, declarou o chefe da diplomacia iraniana.
Na quinta-feira, Amir-Abdolahian visitou o Iraque, onde fez declarações semelhantes após uma reunião com o primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani.
Surgiram dúvidas sobre a extensão do papel do Irã no ataque surpresa sem precedentes lançado pelos terroristas do Hamas contra Israel no sábado. Os líderes do Hamas negaram que o Irã estivesse diretamente envolvido no planejamento do ataque ou deram-lhe luz verde. Até aqui, nenhum país apresentou provas diretas de que o Irã orquestrou o ataque. No entanto, muitos apontaram para o longo patrocínio do Irã ao Hamas, que incluiu treino, financiamento e fornecimento de armas.
Nesta quinta-feira, o Hezbollah enviou um drone sobre Israel, que foi abatido, segundo um funcionário de um grupo libanês familiarizado com a situação ao longo da fronteira Líbano-Israel. Um porta-voz militar israelense escreveu no X, anteriormente conhecido como Twitter, na tarde de quinta-feira que um míssil de defesa aérea foi disparado no norte de Israel, mas descobriu-se que não havia alvo no ar.
Bombardeios mataram 1,5 mil
O número de mortos nos ataques israelenses em Gaza aumentou para 1.537, com 6.612 pessoas feridas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Dos mortos, 276 eram mulheres e 500 tinham menos de 18 anos. O aumento de mortes ocorre num momento em que os palestinos relatam pesados ataques aéreos israelitas, com bombardeios contra edifícios residenciais em bairros urbanos densamente povoados e campos de refugiados que matam muitos familiares de uma só vez nas suas casas.
Na manhã desta quinta-feira, aviões de guerra israelenses atacaram o campo de refugiados de Shati, na cidade de Gaza, reduzindo áreas inteiras do lotado campo a ruínas.