O líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL), classificou hoje como “preocupantes” as notícias relacionadas à Operação Verine, que mirou Jair Bolsonaro (PL) e seu núcleo duro hoje, terça-feira (3), por um suposto esquema de falsificação de carteirinhas de vacinação para Covid-19.
A PF executou mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente e prendeu o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Os dois adquiriram registros falsos nesse esquema.
“É com preocupação que recebemos hoje a notícia”, disse Marinho em nota.
“Registro o apoio incondicional a qualquer investigação que tenha por fim apurar fraudes e graves ilícitos. Contudo, vivemos num Estado de Direito, e as investigações devem respeitar a legislação, os direitos do cidadão e o devido processo legal. Ademais, qualquer quebra ou violação da intimidade, das comunicações telefônicas e telemáticas devem ser plenamente justificadas e amparadas no princípio da proporcionalidade. O que parece não acontecer no caso em questão”, acrescentou.
Segundo a PF, Bolsonaro teria fraudado os sistemas de vacinação para burlar “as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos)”. Os dados falsos foram incluídos no sistema do DataSUS em 21 de dezembro do ano passado, e retirados em 27. Bolsonaro, Michelle e Laura embarcaram para a Flórida três dias depois, em 30 de dezembro.
Marinho questiona a versão da polícia. “Bolsonaro nunca afirmou ter sido vacinado, pelo contrário, sempre deixou claro que não tomou a vacina. A alegação de que a viagem aos Estados Unidos teria motivado a busca pela falsificação do certificado carece de lógica”, disse.O senador também disse que os EUA isentam chefes de Estado e outros portadores de passaporte diplomático, como o caso de Bolsonaro, da obrigatoriedade de vacinação.