Integrantes do governo Bolsonaro e do Itamaraty receberam com “alívio” a informação de que Ernesto Araújo deixa o comando do Ministério das Relações Exteriores. Ministros e auxiliares do Bolsonaro afirmaram que a demissão está sendo “comemorada” nos bastidores. Eles tinham o receio de que a pressão do Congresso contra o chanceler e as notícias publicadas pela imprensa fizessem o presidente resistir por mais tempo em tirar o aliado do posto, aumentando o desgaste com o Legislativo.
Segundo integrantes do governo, o pedido de demissão, na realidade, foi uma ordem do próprio Palácio do Planalto.
Diplomatas afirmaram à coluna que avaliam que é difícil encontrar alguém “pior” que o atual chanceler. Ernesto Araújo teve sua gestão no Itamaraty marcada por atritos com outros países, visões ideológicas distorcidas e desentendimentos constantes com o Congresso.
Como informou o jornal O Globo, Ernesto vai re reunir ainda nesta segunda-feira (29) com o presidente. A pressão para retirá-lo do cargo ganhou força um dia depois de ele protagonizar mais um embate com o parlamento, desta vez com a presidente da Comissão de Relações Exteriores, Kátia Abreu (PP-TO). Araújo foi alvo de críticas diretas e públicas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na semana passada.