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quarta-feira 19 de janeiro de 2022 às 18:29h

Integrantes do governo defendem aliado de Pacheco para ser líder no Senado

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Integrantes do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) defendem que o diretor de assuntos técnicos e jurídicos do Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), seja o novo líder do governo na Casa.

Silveira é suplente do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), mas assumirá o mandato por causa da eleição do parlamentar para uma vaga de ministro no TCU (Tribunal de Contas da União).

O futuro senador é muito próximo ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Aliados do presidente do Senado, no entanto, consideram improvável que Alexandre da Silveira aceite o cargo.

Um dos principais motivos apontados é que a posição se chocaria com os interesses nacionais do PSD, que trabalha para que Pacheco seja lançado candidato à Presidência da República.

De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, Alexandre Silveira já foi sondado para a função, que está vaga desde dezembro do ano passado, mas ainda não houve um convite formal. Isso ainda depende de algumas variáveis, dizem ministros.

O nome de Alexandre Silveira é defendido por auxiliares de Jair Bolsonaro da área técnica do governo. A avaliação é que o futuro senador tem ponte direta com Pacheco, além de manter bom diálogo com o governo e com outras bancadas e ser um negociador hábil.

Palacianos ainda afirmam que Silveira ajudou o Executivo na tramitação de medidas importantes, em particular o projeto de lei que criou o programa para estimular a navegação de cabotagem.

Também mencionam que ele teve papel destaque na PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, quando se decidiu fatiar a proposta e promulgar inicialmente a parte comum que havia sido aprovada pela Câmara e pelo Senado.

A medida era considerada importante para o governo, pois abriu espaço fiscal no Orçamento para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

Aliados do presidente do Senado, no entanto, resistem à ideia de o vice-líder do governo ser alguém próximo a Pacheco —assim como consideram que a mesma lógica valeria para o cargo de líder da oposição. Consideram muito difícil que o plano se concretize.

Alguns ainda veem na iniciativa não uma tentativa de aproximação com o presidente da Casa, mas sim uma forma de constrangê-lo.

Um aliado lembra que Pacheco é pré-candidato do PSD à presidência da República, contra o presidente Jair Bolsonaro.

Alexandre Silveira, por sua vez, é o presidente do partido em Minas Gerais e o secretário-geral da legenda a nível nacional. Ou seja, haveria a ironia e incongruência de o líder do governo ser um alto dirigente de um partido que vai lançar candidato para enfrentar o presidente.

Em outra linha de argumento, outro aliado de Pacheco lembra que Alexandre da Silveira será candidato ao Senado por Minas Gerais nas eleições de outubro. Portanto, não poderia se dedicar exclusivamente à defesa dos interesses do governo na Casa.

Sob reserva, um ministro disse que a candidatura de Pacheco é vista com ceticismo pela classe política e por essa razão este não seria um impeditivo para a nomeação de Silveira.

O cargo de líder do governo no Senado está vago desde 15 de dezembro, quando o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) anunciou que deixaria o posto. O motivo foi justamente a escolha de Anastasia para a vaga no TCU.

O então líder do governo pleiteava o cargo, mas acabou com apenas sete votos na eleição que definiu a indicação do Senado para a vaga no TCU, enquanto Anastasia foi o escolhido com 52. Sua permanência se tornou ainda mais improvável após as notícias de que governistas articularam em favor de outros candidatos, como fez o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente da República.

Interlocutores apontam que a vaga de líder do governo é almejada por dois outros senadores próximos ao Planalto, os vice-líderes do governo Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (DEM-RO).

O primeiro é muito próximo a Bolsonaro, compartilhando momentos das folgas do chefe do Executivo no litoral de Santa Catarina. Marcos Rogério, por sua vez, foi o principal defensor do governo na CPI da Covid. Por isso, uma escolha fora desses dois nomes, poderia ser vista como uma traição a dois aliados fiéis.

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