A faixa de eleitores indecisos e abstenções são as faixas da população que podem definir as eleições, segundo os cientistas políticos Carlos Ranulfo e Bruno Bolognesi. Os dois foram entrevistados pela CNN neste último domingo (23).
Para Ranulfo, o Sudeste é a região que mais precisa ser explorada pelos candidatos nesta última semana de campanha.
“É possível ganhar votos dos indecisos. Essa faixa, que é uma faixa pequena, é a que tem que ser atingida. E, no Sudeste, os indecisos podem decidir as eleições, já que nas outras regiões o quadro está muito estabilizado.”
“É muito difícil que Bolsonaro diminua a diferença no Nordeste. Centro-Oeste e Sul, Bolsonaro ganha. No Norte há um empate, mas o eleitorado é muito pequeno. Então sobra o Sudeste”, disse.
Ele ainda destacou a importância do estado de Minas Gerais para o resultado.
“Em Minas Gerais, Lula ganhou no primeiro turno, e por isso a investida de Bolsonaro lá. Dado o equilíbrio que as campanhas mostram, quem ganhar em Minas tem grandes chances de ganhar no Brasil”, concluiu.
Já para Bruno Bolognesi, as abstenções de voto podem favorecer a campanha de Jair Bolsonaro, mas ele citou dificuldades para a campanha nesse quesito.
“A abstenção tende a favorecer Bolsonaro, porque quem se abstém mais nas eleições são normalmente os eleitores de baixa renda e baixa escolaridade, que tendem a votar no Lula. Então, sim, ela pode favorecer o Bolsonaro, mas ela também pode prejudicar, já que ele precisa converter muito voto”, disse.
Bolognesi também analisou a ação da gratuidade dos transportes públicos no dia da eleição. Mesmo elogiando a iniciativa, o especialista diz não acreditar que ela altere o cenário eleitoral.
“Eu acho a iniciativa louvável – qualquer iniciativa para facilitar a participação do eleitor me parece muito razoável -, mas eu não acho que isso tenha um potencial de mudar o resultado”, finalizou.