A prisão de Jasiane Teixeira (foto em destaque), conhecida como Dona Maria, na sexta-feira (24) em São Paulo, trouxe à tona conforme reportagem de Mirelle Pinheiro, do portal Metrópoles, um dos casos mais emblemáticos do tráfico de drogas e armas na Bahia. Apontada como a maior traficante de drogas e armas do estado, ela comandava uma rede criminosa de proporções internacionais, utilizando até mesmo aeronaves para transportar cocaína e armamentos pesados para facções em várias partes do país.
Dona Maria, que já havia sido presa anteriormente e libertada por meio de um habeas corpus, foi capturada novamente em São Paulo após condenação por homicídio. No momento da prisão, a polícia apreendeu R$ 66 mil em espécie, anotações sobre o tráfico e celulares.
Investigações apontam que ela também é sócia da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). Ela também é suspeita de ter sido responsável pela morte de um agente penitenciário e por intermediar a compra de armamento pesado, como fuzis e granadas, para os grupos criminosos sob seu comando.
Esquema internacional
No passado, a mulher ficou conhecida por utilizar métodos sofisticados para movimentar o tráfico de drogas incluindo a utilização de aviões, sendo um Cessna Aircraft um dos veículos utilizados para transportar cocaína e armamentos de outros países da América Latina, como Bolívia, Venezuela, Colômbia e Peru, até a Bahia e outros estados brasileiros.
Em 2019, uma aeronave foi apreendida pela polícia de Vitória da Conquista, região metropolitana de Salvador, e, junto com ela, três homens foram presos. O avião, leiloado em 2020 por R$ 800 mil.
Além disso, a suspeita era responsável por coordernar outras atividades criminosas na Bahia, como roubos, corrupção de menores e falsidade ideológica.
De onde vem o lucro do PCC?
Atualmente, o PCC soma o dobro de membros fora de São Paulo, onde foi fundado há mais de três décadas, além de mais de mil representantes no exterior, que estreitam laços com grupos mafiosos como o clã Šaric, da Sérvia, e a ‘Ndrangheta, da Calábria, na Itália. O faturamento estimado em no mínimo US$ 1 bilhão ao ano vem, na maior parte, justamente do tráfico internacional de entorpecentes, que já responde por 80% do lucro da facção, cujo surgimento, ascensão e expansão além-fronteiras serão tema da série especial em três capítulos.