O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,02% em fevereiro, após a alta de 0,05% em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (15), pelo jornal O Estado de S. Paulo. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,30% a alta de 0,28%, com mediana negativa de 0,14%.
Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de fevereiro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram redução de 0,14%, ante uma queda de 0,06% em janeiro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram alta de 0,55% em fevereiro, após o aumento de 0,47% em janeiro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 0,33% em fevereiro, depois de subir 0,14% em janeiro.
O IGP-10 acumulou um aumento de 0,07% no ano. A taxa acumulada em 12 meses ficou em 2,26%. O período de coleta de preços para o indicador de fevereiro foi do dia 11 de janeiro a 10 deste mês.
Os reajustes de mensalidades de ensino fundamental (5,86%), ensino superior (3,82%), serviços bancários (2,76%) e Licenciamento – IPVA (3,00%) ajudaram a acelerar a inflação ao consumidor medida pelo índice.
Dentro do IPC-10, cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Despesas Diversas (de 0,10% em janeiro para 1,77% em fevereiro), Transportes (de 0,06% para 0,52%), Educação, Leitura e Recreação (de 1,13% para 1,51%), Habitação (de 0,12% para 0,32%) e Comunicação (de 0,73% para 0,99%). As principais contribuições partiram dos itens: serviços bancários (de 0,00% para 2,76%), licenciamento – IPVA (de 0,00% para 3,00%), cursos formais (de 2,49% para 4,77%), tarifa de eletricidade residencial (de -0,53% para 0,33%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,77% para 2,57%).
Na direção oposta, as taxas foram mais baixas nos grupos Alimentação (de 0,67% para 0,23%), Vestuário (de 0,87% para -0,30%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,69% para 0,45%). As maiores influências partiram dos itens: hortaliças e legumes (de 4,04% para -4,05%), roupas (de 1,07% para -0,47%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,71% para -0,13%).
Construção
A alta no custo do material de construção e da mão de obra acelerou a inflação do setor dentro do IGP-10 de fevereiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) passou de uma alta de 0,14% em janeiro para uma elevação de 0,33% em fevereiro.
O Índice que representa o custo de Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma queda de 0,04% em janeiro para um aumento de 0,15% em fevereiro. Os gastos com Materiais e Equipamentos tiveram alta de 0,01% em fevereiro, enquanto os custos dos Serviços tiveram elevação de 0,82% no mês.
Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de um aumento de 0,34% em janeiro para uma alta de 0,52% em fevereiro.
Deflação no atacado
Recuos nos preços de commodities importantes, como a soja e bovinos, garantiram nova deflação no atacado dentro do IGP-10) de fevereiro.
“Commodities e insumos agropecuários seguem influenciando a desaceleração da inflação ao produtor. Nesta apuração merecem destaque os itens: soja (de -1,13% para -3,34%), bovinos (de 2,40% para -2,51%) e adubos ou fertilizantes (de -3,05% para -6,19%). Ao consumidor, os principiais destaques partiram dos serviços: passagem aérea (de -0,15% para -3,86%), aluguel residencial (de -0,44% para -0,55%) e tarifa de telefone móvel (de 0,92% para -0,94%)”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de queda de 0,06% em janeiro para redução de 0,14% em fevereiro.
Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais aceleraram de -0,59% em janeiro para 0,20% em fevereiro, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de -5,61% para 2,11%.
A taxa do grupo Bens Intermediários saiu de -1,33% em janeiro para -0,65% em fevereiro, influenciada pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -6,66% para -1,23%.
O grupo Matérias-Primas Brutas desacelerou de 1,87% em janeiro para 0,10% em fevereiro. As principais contribuições partiram dos itens: minério de ferro (de 11,92% para 3,82%), soja em grão (de -1,13% para -3,34%) e bovinos (de 2,40% para -2,51%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram no leite in natura (de -4,57% para 4,08%), laranja (de -8,59% para 0,77%) e cana-de-açúcar (de -0,35% para 0,61%).