Idade e economia são os principais obstáculos de Biden para reeleição

A maioria dos eleitores dos Estados Unidos acha que o presidente Joe Biden é velho demais para concorrer à reeleição e vê sua condução da economia como negativa, segundo nova pesquisa de opinião do “Wall Street Journal” (WSJ).

As opiniões negativas sobre a idade e o desempenho de Biden como presidente ajudam a explicar por que apenas 39% dos eleitores têm uma visão favorável do líder. Em uma pergunta separada, cerca de 42% disseram que aprovam como ele conduz a função, abaixo dos 57% que desaprovam. As informações são de Sabrina Siddiqui e Catherine Lucey, da Dow Jones.

Com 80 anos, Biden está empatado com o ex-presidente Donald Trump em uma potencial revanche das eleições de 2020, com cada um deles recebendo 46% de apoio em uma eventual disputa eleitoral.

“Os eleitores procuram mudança e nenhum dos principais candidatos é a mudança que procuram”, disse o pesquisador democrata Michael Bocian, que conduziu a pesquisa com o pesquisador republicano Tony Fabrizio.

Embora os candidatos tenham apenas três anos de diferença, 73% dos eleitores disseram que Biden é velho demais para concorrer a um segundo mandato, em comparação com 47% dos eleitores que disseram o mesmo de Trump, com 77 anos. Dois terços dos democratas disseram que Biden estava velho demais para concorrer novamente.

Por uma margem de 11 pontos, mais eleitores veem Trump, e não Biden, como tendo um histórico positivo de feitos como presidente – cerca de 40% disseram que Biden tem esse histórico, enquanto 51% disseram o mesmo sobre Trump. Por uma margem de oito pontos de diferença, mais eleitores disseram que Trump tem uma visão para o futuro.

Biden é visto de forma mais favorável do que Trump em algumas características pessoais. Cerca de 48% dos eleitores disseram que Biden é simpático, em comparação com 31% de Trump. Cerca de 45% consideraram Biden honesto, enquanto 38% disseram o mesmo sobre Trump.

“Se esta corrida é sobre personalidade e temperamento, então Biden tem uma vantagem. Se esta corrida é sobre políticas e desempenho, então Trump tem a vantagem”, disse Fabrizio.

Os números são divulgados em um momento em que Biden passou meses viajando pelo país promovendo os feitos do governo, incluindo grandes investimentos em infraestrutura, energia limpa e tecnologia. O presidente também destaca o crescimento do mercado de trabalho sob a sua gestão, com dados mostrando que a economia em geral continua forte e que a inflação arrefeceu para a taxa mais baixa em cerca de dois anos. O desemprego permanece perto do nível mais baixo dos últimos 50 anos.

Mas 58% dos eleitores dizem que a economia piorou nos últimos dois anos, enquanto apenas 28% dizem que melhorou. Quase três em cada quatro entrevistados dizem que a inflação caminha na direção errada. Essas opiniões foram ecoadas na pesquisa por uma grande maioria de eleitores independentes, um grupo que ajudou na vitória de Biden sobre Trump na corrida presidencial de 2020.

Os assessores de campanha de Biden dizem que a disputa ainda está no começo e que a maioria dos eleitores ainda não está atento às eleições gerais.

A pesquisa foi realizada depois que Trump foi indiciado pela quarta vez, desta vez sob acusação de ter tentado reverter o resultado eleitoral da eleição presidencial de 2020 no Estado da Geórgia.

Entre os eleitores americanos, 37% disseram que as acusações os tornaram menos propensos a votar em Trump, em comparação com 24% que disseram que isso os tornou mais propensos a votar no ex-presidente. Cerca de 35% disseram que as acusações não fazem diferença na hora de votar.

A pesquisa revelou uma diferença substancial no conhecimento dos eleitores sobre as questões jurídicas enfrentadas por Trump e Hunter Biden, filho do presidente, cujos negócios estão sob investigação do Departamento de Justiça. Aproximadamente 83% dos eleitores disseram estar prestando atenção às questões jurídicas de Trump, enquanto 66% disseram o mesmo sobre Hunter Biden.

Embora não tenham surgido provas que demonstrem que Biden se beneficiou dos esforços comerciais internacionais de seu filho, nem que se utilizou de suas prerrogativas presidenciais para favorecer o primogênito, os republicanos no Congresso dizem que estão cada vez mais perto de iniciar um processo de impeachment contra o presidente devido a essas negociações.

A maioria dos eleitores, 52%, se opõe ao impeachment de Biden, com 41% a favor.

A pesquisa foi feita com 1,5 mil eleitores e foi realizada entre os dias 24 a 30 de agosto, com uma margem de erro de mais ou menos 2,5 pontos percentuais.