Entre 2018 e 2019, 1 em cada 5 adultos na Bahia foi vítima de algum tipo de violência, fosse psicológica, física ou sexual.
A proporção, 21,8% da população de 18 anos ou mais de idade, era a terceira maior do país e superior à verificada nacionalmente. Representava 2,4 milhões de pessoas atingidas por algum tipo de violência, das quais 56,6% eram mulheres (1,4 milhão).
No mesmo período, no Brasil como um todo, 18,3% dos adultos informaram ter sofrido alguma violência (29,1 milhões de pessoas). Sergipe (24,9%) e Roraima (22,3%) eram os únicos estados com percentuais maiores que os da Bahia. No outro extremo, estavam Acre (12,4% sofreram algum tipo de violência), Santa Catarina (13,3%) e Rondônia (15,5%).
Na Bahia, a incidência de algum tipo de violência era maior entre as mulheres (23,3% informaram ter sido vítimas) do que entre os homens (20,1% informaram, o segundo maior percentual entre os estados).
Também era mais frequente entre os jovens (atingindo 35,6% das pessoas de 18 a 29 anos) e diminuía com o avanço da idade, chegando à menor incidência entre os idosos de 60 anos ou mais (14,0% haviam sofrido violência).
Sofrer violência, no estado, era significativamente mais comum entre as pessoas que se declaravam pretas (27,5% informaram, maior percentual do Brasil) do que entre as pardas (19,5%) e as brancas (20,1%). Era mais frequente ainda entre as pessoas com menor renda domiciliar per capita (27,2% na faixa de sem rendimento até 1/4 do salário mínimo).
Pouco mais de 1 em cada 10 pessoas que sofreram algum tipo de violência na Bahia, entre 2018 e 2019, deixou de realizar suas atividades habituais em decorrência disso: 14,3% das vítimas ou cerca de 349 mil pessoas, em números absolutos. O percentual foi levemente superior ao nacional (12,2%) e o oitavo entre os estados.
Dentre os tipos de violência, a psicológica foi a mais informada tanto na Bahia quanto no Brasil.
No estado, 20,4% dos adultos (1 em cada 5 ou 2,3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade) informaram ter sofrido violência psicológica.
O percentual baiano (20,4%) foi o terceiro maior do Brasil, onde 17,4% dos adultos disseram ter vivido esse tipo violência entre 2018 e 2019 (27,6 milhões de pessoas). Ficou abaixo, mas muito próximo, dos verificados em Sergipe (23,9%) e Roraima (21,4%).
No outro extremo, Acre (11,5%), Santa Catarina (12,7%) e Mato Grosso (13,6%) tiveram as menores proporções.
Na Bahia, a violência psicológica também foi mais informada pelas mulheres (22,3% frente a 18,3% dos homens); pelos mais jovens (31,1% das pessoas entre 18 e 29 anos, frente a 9,9% dos idosos); pelas pessoas pretas (25,6% frente a 18,2% das pardas e 19,2% das brancas) e por quem tinha menor renda domiciliar per capita (25,9% daquele sem rendimento ou com até 1/4 de salário mínimo).
A violência física era muito menos frequente tanto na Bahia quanto no Brasil como um todo, mas o estado tinha a maior proporção de vítimas desse tipo de agressão no país. Entre 2018 a 2019, 6,1% das pessoas 18 anos ou mais de idade na Bahia informaram ter sofrido violência física. Isso representava 681 mil adultos.
Além de ter tido a maior incidência de violência física do país, a Bahia teve ainda o segundo maior número absoluto de vítimas (681 mil), abaixo apenas do verificado em São Paulo, onde 1,5 milhão de adultos sofreram violência física (4,2% do total).
No país como um todo, 4,1% dos adultos (6,6 milhões de pessoas), informaram ter sofrido violência física entre 2018 e 2019. As menores proporções ocorreram na Paraíba (2,7%), no Acre (2,8%) e em Santa Catarina (3,1%).
Já a violência sexual foi a menos informada. Entre 2018 e 2019, 1,1% das pessoas de 18 anos ou mais de idade na Bahia (cerca de 121 mil) disseram ter sido vítimas desse tipo de agressão.
Ainda assim, a proporção no estado estava um pouco acima da nacional (0,8% ou 1,2 milhão de adultos) e ficava em quarto lugar, empatada com as verificadas no Distrito Federal e no Ceará. Piauí (1,4%), Maranhão (1,4%) e Sergipe (1,3%) lideravam, enquanto Minas Gerais (0,4%), Santa Catarina (0,4%) e Rio Grande do Sul (0,4%) tinham as menores incidências.
Na Bahia, 1 em cada 10 mulheres adultas (9,4% ou 554 mil) já foi vítima de violência sexual alguma vez na vida
Ampliando-se o período em que a violência sexual poderia ter ocorrido, dos 12 meses anteriores à entrevista para em qualquer momento da vida, o percentual de vítimas subia consideravelmente.
Na Bahia, em 2019, 7,0% das pessoas de 18 anos ou mais de idade afirmaram ter sofrido violência sexual alguma vez na vida (776 mil). Era o quinto maior percentual entre os estados e superior ao nacional (5,9%). Maranhão (7,7%), Espírito Santo (7,5%) e Roraima (7,2%) tinham as maiores proporções, enquanto Alagoas (3,7%), Santa Catarina (3,8%) e Pernambuco (4,3%) tinham as menores.
Na Bahia, a proporção dos adultos que relataram ter sofrido violência sexual em algum momento da vida chegava a 9,4% entre as mulheres – ou seja, quase 1 em cada 10.
O número absoluto de mulheres vítimas de violência sexual (554 mil) era 71,5% do total do estado, ou seja, 7 em cada 10 pessoas que, alguma vez na vida, sofreram violência sexual na Bahia eram mulheres.
Além de ser predominantemente feminina, a violência sexual em algum momento da vida também atingia predominantemente os jovens (11,5% das pessoas de 18 a 29 anos informaram ter sido vítimas), pessoas com nível superior completo (8,3% foram vítimas) e quem declarava cor preta (9,3% foram vítimas).
No Brasil, sobretudo se a vítima é mulher, principal agressor(a) é cônjuge/companheiro(a)/namorado(a), e local de violência é a própria casa
No Brasil como um todo (não há dados para a Bahia), o(a) principal agressor(a) citado(a) nos três tipos de violência é o(a) cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a) (inclusive ex). E o lugar onde a violência mais ocorre é a própria residência da vítima. Esse cenário é ainda mais frequente quando a vítima é uma mulher.
Cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a) (inclusive ex) foram os principais agressores citados por quem sofreu violência psicológica: em 24,5% das respostas, sendo 32,0% entre as vítimas mulheres e 14,7% entre as vítimas homens.
Ainda na violência psicológica, em 43,0% das respostas do total de vítimas, a própria residência foi indicada como principal local. O percentual, porém, se mostrou bem diferente entre os sexos: 55,3% para as vítimas mulheres e 26,6% para os homens.
Também para a violência física, o grupo de agressores mais citado, em geral, foi cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a) (incluindo ex), com 35,9% das respostas. Entretanto, o percentual entre as vítimas mulheres (52,4%) foi bem superior ao dos homens (16,3%).
Em geral, a violência física também ocorre com mais frequência nas residências das vítimas, local citado em 54,0% das respostas. Esta ocorrência é muito mais acentuada para as mulheres (72,8%), do que para os homens (31,7%).
De forma semelhante, os agressores mais citados pelas vítimas de violência sexual foram cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a) (incluindo ex), por 45,6% do total de vítimas, com diferença se esta era mulher (53,3%) ou homem (25,3%).
A violência sexual também ocorre com mais frequência na residência das vítimas (52,3% do total informaram esse local). Novamente, o número é prevalente entre mulheres, pois 61,6% disseram ter sofrido violência sexual na própria casa. Para os homens, esse percentual ficou em 27,4%.
Na Bahia, 35,9% dos adultos nem sempre usavam cinto de segurança ao dirigir e quase 6 em cada 10 (56,9%) não usavam no banco de trás
Outro tipo de violência que impacta de forma importante a saúde das pessoas é a ocorrida no trânsito. E ela pode ter sua gravidade reduzida ou ser evitada com comportamentos como uso do cinto de segurança.
Ainda assim, na Bahia, em 2019, quase 4 em cada 10 motoristas (35,9%) informaram que não usavam sempre o cinto de segurança ao dirigir, o que representava cerca de 3,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade. A proporção ficava bem acima da nacional e era a quarta maior entre os estados.
No Brasil como um todo, 20,3% das pessoas de 18 anos ou mais de idade que dirigiam informaram não usar sempre o cinto de segurança ao volante. Com percentuais maiores que os da Bahia ficavam Piauí (45,1%), Maranhão (42,3%) e Tocantins (37,8%). No outro extremo, Distrito Federal (6,4%), São Paulo (9,5%) e Santa Catarina (9,9%) tinham as menores proporções.
O uso do cinto no banco de trás era ainda mais restrito tanto nacional quanto regionalmente. Na Bahia, em 2019, quase 6 em cada 10 adultos (56,9%) disseram não usar sempre o cinto quando estavam no banco de trás de um automóvel, o que equivalia a cerca de 6,1 milhão de pessoas.
A proporção também era maior que a verificada no Brasil como um todo, onde 45,4% dos adultos não usavam o cinto no banco de trás, e ficava na 8a posição entre as 27 unidades da Federação.
Em 2019, na Bahia, gastavam-se em média 4,7 horas por semana no deslocamento para trabalho; tempo ia a quase 7h em Salvador
A segurança no trânsito ganha ainda mais importância tendo em vista que muitas pessoas normalmente passam uma boa parte do seu tempo se deslocando diariamente para trabalhar.
Em 2019, na Bahia, quase 9 em cada 10 pessoas de 15 anos ou mais de idade ocupadas precisavam sair de casa e se deslocar no trânsito para trabalhar (86,8% ou 5,8 milhões de trabalhadores). Nesse deslocamento (ida e volta), gastavam, em média, 4,7 horas por semana.
A média baiana era quase igual à nacional (4,8 horas por semana) e a sexta maior entre os estados, empatada com o verificado em Goiás.
O tempo médio gasto semanalmente no deslocamento para trabalho era maior no Rio de Janeiro (6,7h), Distrito Federal (5,8h) e em São Paulo (5,6h) e menor no Piauí (3,1h), em Rondônia (3,2h) e Tocantins (3,3h).
Por trás da média, porém, estão os extremos. Na Bahia quase 4 em cada 10 pessoas de 15 anos ou mais e idade ocupadas (39,5% ou 2,3 milhões) gastavam 1 hora ou mais por dia no deslocamento para trabalhar – o que equivale a no mínimo 5 horas por semana.
Dentre essas, perto de 1 milhão (955 mil, ou 16,5% do total de trabalhadores) passavam 2 horas ou mais no trânsito diariamente para trabalhar, ou seja, gastavam pelo menos 10 horas por semana nesse deslocamento – mais que o dobro da média.
Via de regra, as capitais tinham tempos médios de deslocamento semanal para trabalhar muito superiores aos dos estados como um todo.
Salvador era, em 2019, a terceira capital com maior tempo médio de deslocamento semanal para trabalhar: 6,9 horas. Ficava abaixo apenas de São Paulo/ SP (7,8 horas semanais em média) e do Rio de Janeiro/RJ (7,4h).
Mais de 9 em cada 10 adultos baianos (95,4%) já tiveram relações sexuais, mas só 2 em cada 10 (21,1%) usaram preservativo em todas elas
Na Bahia, os adultos tiveram sua primeira relação sexual, em média, com pouco mais de 17 anos de idade (17,2 anos). Os homens começaram mais cedo, com 16,3 anos, enquanto as mulheres o fizeram um pouco mais tarde, com 18,0 anos.
A situação no estado não foi muito diferente da verificada em nível nacional. No Brasil como um todo, as pessoas de 18 anos ou mais informaram ter tido a primeira relação sexual, em média, com 17,3 anos, sendo a idade do homens (16,4 anos) menor que a das mulheres (18,1 anos).
Em 2019, 95,4% dos adultos baiano já tinham tido ao menos uma relação sexual na vida, o que significava 10,6 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade. A proporção na Bahia era a sexta maior entre os estados e um pouco acima da nacional.
Em todo o país, 93,9% dos adultos já haviam tido alguma relação sexual. Rio Grande do Sul (96,1%), Sergipe (95,6%) e Amazonas (95,5%) lideravam, enquanto Alagoas (88,5%), Rio de Janeiro (91,0%) e Distrito Federal (92,0%) tinham as menores proporções.
Embora mais de 9 em cada 10 adultos baianos já tivessem mantido relações sexuais, apenas 2 em cada 10 haviam usado preservativo em todas as ocasiões. Foi o caso para 21,1% da população de 18 anos ou mais que teve relações sexuais, ou 1,7 milhão de pessoas. Esse percentual era ligeiramente menor no estado do que o Brasil como um todo, onde ficava em 22,8%.
A proporção de adultos baianos que tinham usado preservativo em todas as relações sexuais era a nona menor entre as unidades da Federação. Amazonas (35,8%), Amapá (34,2%) e Acre (31,8%) lideravam, enquanto Espírito Santo (18,1%), Paraíba (18,3%) e Paraná (18,5%) tinham os menores percentuais.
Na Bahia, o uso do preservativo em todas as relações era ligeiramente maior entre os homens (22,2%) do que entre as mulheres (20,0%). Também era mais frequente entre os mais jovens (30,1% entre as pessoas de 18 a 29 anos), caindo à medida que a idade avançava e chegando a 15,2% entre os idosos de 60 anos ou mais de idade.
A proporção aumentava com a escolaridade, de 19,0% entre aqueles sem instrução até o Fundamental incompleto a 23,3% entre os que tinham Ensino Médio completo ou Superior incompleto, voltando a cair no grupo com Superior completo (20,2%).