Há muito tememos que a inteligência artificial (IA) extinga empregos. Esses temores se intensificaram com o crescimento da IA generativa – capaz de criar texto, imagens ou áudio precisos e realistas. O jornalismo e a redação poderiam se tornar obsoletos? Contrariamente às previsões apocalípticas, um estudo recente sugere que a IA generativa pode gerar empregos em vez de eliminá-los.
A consultoria McKinsey divulgou um relatório intitulado “The Economic Potential of Generative AI: The Next Productivity Frontier” (O potencial econômico da IA generativa: a próxima fronteira de produtividade). Este estudo explorou 850 funções e 2.100 tarefas em 47 países.
Avaliou não só qual parcela das tarefas atuais poderia ser assumida pela IA generativa, mas também quais ocupações e responsabilidades novas poderiam surgir como resultado dessa tecnologia. A conclusão? A IA generativa pode gerar até US$ 4,4 trilhões por ano na economia global.
Este valor é o limite superior estimado; o inferior é US$ 2,6 trilhões. Mesmo no cenário mais conservador, as cifras são quase duas vezes o valor do PIB brasileiro.
Com as sugestões dadas pela IA em tempo real, os agentes resolveram 13,8% mais problemas por hora. Eles atendiam chamadas mais rapidamente, resolviam reclamações com eficácia e podiam lidar simultaneamente com múltiplas ligações.
É claro que existe um desafio importante: requalificar trabalhadores para essas novas demandas tecnológicas será necessário. Empresas e governos deverão investir na transição dos trabalhadores para as novas necessidades do mercado.
De acordo com o relatório da McKinsey, o impacto maior será em quatro categorias: operações com clientes; marketing e vendas; engenharia de software; pesquisa e desenvolvimento.
Em marketing e vendas, por exemplo, a IA pode produzir conteúdo criativo personalizado numa escala nunca antes vista. Já os engenheiros de software utilizam a IA para escrever códigos baseados em linguagem natural.
Na área de pesquisa e desenvolvimento vemos ainda mais inovação: proteínas são modeladas rapidamente pela IA para responder a desafios biológicos específicos ajudando no design de medicamentos proteicos artificiais.