O Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia, vai conduzir, no País, o projeto Eclipse, uma pesquisa internacional para investigar o impacto social da leishmaniose no Brasil, na Etiópia e no Sri Lanka. A leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa e não contagiosa, que se desenvolve quando uma pessoa é picada pelo mosquito Lutzomyia, que contém parasitas do tipo Leishmania. Esses micro-organismos atingem os vasos sanguíneos e formam lesões na pele que podem crescer de tamanho.
Durante quatro anos, uma equipe de pesquisadores de diversas áreas, como antropologia, medicina, parasitologia, psicologia, ciências sociais e artes, pretende coletar dados, criar modelos de intervenção e capacitar as comunidades para lidar com os efeitos do estigma social causado pela leishmaniose. A pesquisa será conduzido pelo médico Paulo Machado, coordenador do Serviço de Imunologia (SIM) do Hupes e pela professora Leny Trad, coordenadora do Programa Comunidade, Família e Saúde (FA-SA) do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.
O Brasil foi o primeiro País visitado pelos pesquisadores da Universidade de Keele, instituição do Reino Unido, para formalizar a cooperação e a pesquisa multicêntrica do projeto. A expectativa é criar, durante o período do estudo, comitês e grupos de trabalhos que possam subsidiar políticas públicas para enfrentamento da doença.
Em 2019, a Bahia registrou 1.292 casos de leishmaniose tegumentar. Os números divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) podem ser ainda mais expressivos por conta das subnotificações, que ocorrem quando não é feito o diagnóstico da doença pelos órgãos de saúde oficiais.
O Hospital Universitário Professor Edgar Santos é vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), do Ministério da Educação.