Um homem de Queensland, na Austrália, que afirma ser o filho secreto do rei Charles 3º e da rainha consorte Camilla, compartilhou nesta semana a última carta que enviou à rainha Elizabeth 2ª, que seria sua avó paterna.
Simon Dorante-Day, de 56 anos, foi destaque na imprensa internacional com as alegações de que seria membro da família real britânica. Ele afirma ter chegado a essa conclusão após décadas de pesquisa sobre sua origem.
Dorante-Day nunca revelou o conteúdo da nota privada — que foi enviada em novembro do ano passado — e decidiu que este é o momento certo. No texto, ele apelou para que a monarca interviesse e tomasse medidas em relação ao seu caso.
“Acho que é hora – é hora do mundo ler isso”, disse ele ao portal australiano 7NEWS. “Mantive o conteúdo da carta confidencial até agora, mas com o falecimento dela, acho apropriado compartilhar minha última correspondência com ela”.
O suposto filho de Charles 3º completa: “Quando ela faleceu, fiquei desapontado por ela ter morrido sem responder à minha mensagem. Esse foi o meu primeiro pensamento — apenas triste, porque essa janela de oportunidade se fechou. ”
Na carta à Elizabeth 2ª, Dorante-Day explicou que procurou a monarca depois de abordar a governadora-geral de Queensland, Jeanette Young, sobre a situação.
“Tomo a liberdade de abordá-la através do Gabinete do Governador, no entanto, dada a posição em que minha família e eu nos encontramos, sentimos que essa ação é justificada”, escreveu ele.
O morador de Queensland, então, passou a detalhar as alegações de que a aparência que tem hoje havia sido alterada durante a infância por meio de uma série de procedimentos médicos.
“Eu certamente posso entender e até certo ponto perdoar as ações que foram tomadas no passado em relação à minha existência, mas não posso esquecer o que ocorreu”, continuou. “Essas ações, acredito, foram realizadas para esconder minha verdadeira identidade.”
Dorante-Day afirma que a avó adotiva dele — que havia trabalhado para a rainha —lhe disse diretamente que o rei Charles 3º e Camilla Parker eram os seus pais biológicos.
“Além disso, ao longo dos anos morando com a família Day, meus avós adotivos Winifred e Earnest Bowlden costumavam falar sobre o tempo em que trabalharam para a família real”, detalhou.“Então, em minha última visita ao Reino Unido em 1998, minha avó adotiva Winifred me disse que meus pais biológicos eram Charles e sua esposa Camilla.”
O suposto membro da família real terminou a nota pedindo ajuda com o caso.
“Seria ingênuo de minha parte pensar que você não está ciente de minhas reivindicações. Nem que você não tenha acompanhado os eventos até o momento. Além disso, todos vocês estarão cientes das ações que iniciei recentemente e do nível de atenção que isso já recebeu”, diz Dorante-Day.
Ele finaliza dizendo: “Estou escrevendo em nome de minha família e eu para pedir sua ajuda para resolver esse problema e interromper esse ataque global. Que Deus lhe dê forças para seguir em frente.”
Dorante-Day disse que está ansioso para lutar diretamente com o novo monarca britânico.“Agora estou olhando para o futuro e estou pronto para enfrentar Charles”.
Não faz diferença para mim se aquela montanha na minha frente é masculina ou feminina. Não faz diferença para mim quão alta é essa montanha. Ainda tenho que escalar para provar o que sei ser verdade. Então, a partir desse ponto, nada mudou”, enfatizou.
Entenda o caso
Simon Dorante-Day nasceu em 5 de abril de 1966, em Gosport, Portsmouth, no Reino Unido.
Aos oito meses, ele foi adotado por um casal local chamado Karen e David Day. Os avós adotivos dele, Winifred e Ernest Bowlden, haviam trabalhado para a rainha e o príncipe Philip em uma das casas reais.
A avó de Dorante-Day lhe disse muitas vezes que ele era filho de Camilla e Charles. “Ela não apenas insinuou, ela me disse abertamente”, afirma ele.
A pesquisa do suposto membro da família real mostrou a ele que Charles e Camilla se tornaram próximos em 1965. Ele afirma que meses depois, no período que antecedeu a data em que nasceu, Camilla desapareceu da cena social da Grã-Bretanha por pelo menos nove meses, enquanto o novo monarca britânico foi enviado para a Austrália.
Um historiador tentou confirmar a versão da história e descobriu que no hospital onde Dorante-Day nasceu — conforme listado na certidão de nascimento dele — ninguém deu à luz um único bebê durante a década de 60. Acredita-se ainda que os nomes que os pais listaram na certidão de nascimento eram fictícios.
O suposto filho de Charles 3º afirma que Camilla o manteve com ela até os oito meses de idade, usando a realeza e os oficiais de proteção para ajudar a escondê-lo. Ele conta que, quando estava ficando muito velho, foi combinado que uma das ex-funcionárias da casa da rainha faria com que a filha dela o adotasse.
Dorante-Day disse que se lembra de ter sido levado para casas ao redor de Portsmouth quando menino. Lá, ele passava um tempo com a mulher que ele acredita ser Camilla, enquanto os agentes de proteção e os pais adotivos esperavam do lado de fora.
Ele também afirma que os nomes “Simon” e “Charles” foram dados a ele pelos pais biológicos. “Minha mãe adotiva me disse que era uma condição para a adoção que meu nome permanecesse o mesmo, meu nome do meio permanecesse o mesmo”, disse ele. “Charles e Camilla tinham um amigo próximo chamado Simon na época.”