O deputado estadual Hilton Coelho (Psol) apresentou moção de aplausos às comunidades do Oeste da Bahia e organizações de apoio pela resistência frente ao agronegócio violento na região. No documento, o parlamentar também parabenizou o Greenpeace pela denúncia da situação com a publicação do relatório “Cultivando a Violência”.
Segundo o legislador, o desmatamento nas florestas brasileiras e no Cerrado, resultantes da agricultura industrial, tem crescido desenfreadamente. “O setor privado falha em conduzir mudanças necessárias para redução do seu vínculo com o desmatamento e os abusos aos direitos humanos. Consequência desse avanço violento do agronegócio, cresce a violência para com as comunidades tradicionais dessas regiões”, ressaltou.
Conforme disse o deputado, no último dia 3 de dezembro o Greenpeace, organização global não governamental, atuante na missão de proteção do meio ambiente, denunciou a cumplicidade de multinacionais americanas no desmatamento do Brasil, especificamente no Oeste baiano, transição entre a Caatinga e o Cerrado.
O relatório “Cultivando Violência”, do Greenpeace, denuncia o caso da empresa Agronegócio Cachoeira do Estrondo, situada no município de Formosa do Rio Preto na Bahia, grande produtora e exportadora de soja, que é transformada em ração para bois, porcos e frangos em todo o mundo.
“O condomínio de fazendas com agricultura de escala industrial, possui um longo histórico de violações ambientais e de direitos humanos, acumulando acusações de grilagem, desmatamento ilegal e ameaça às comunidades tradicionais da região. Mesmo assim, a soja produzida na propriedade ainda encontra espaço nos mercados internacionais”, disse Hilton Coelho.
O relatório do Greenpeace aponta os vínculos de duas gigantes agrícolas, as americanas Cargill e Bunge, maiores exportadoras da soja produzida no Cerrado brasileiro pela empresa Estrondo, e, portanto, conivente com o desmatamento e violações aos direitos de populações tradicionais.
“Parte das terras ocupadas pela Estrondo foram reconhecidas pela Justiça como pertencente às comunidades tradicionais de Geraizeiros, que habitam a região há cerca de 200 anos. Por conta desta disputa, os moradores locais têm sofrido frequentemente intimidações e ameaças. Em maio, o Greenpeace presenciou uma destas situações, quando homens fortemente armados chegaram a uma das comunidades e mantiveram os moradores, além de uma equipe de reportagem alemã, sob a mira de fuzis por cerca de duas horas e este não foi um caso isolado”, contou.