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segunda-feira 12 de dezembro de 2022 às 20:33h

‘Happy hour’ na casa de advogado para repetir ‘sorte’ de 2002: veja como foram as primeiras horas de Lula após a diplomação

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Depois da emoção e da defesa da democracia em seu discurso de diplomação, Lula comemorou o fim do processo eleitoral em uma festa na casa do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, localizada no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O evento na tarde desta segunda-feira foi concorrido, contou com roda de samba feminina e foi feito para repetir uma comemoração da diplomação de 2002.

Segundo o advogado, coube a ele receber o presidente eleito e seus convidados depois que Lula disse a ele que uma confraternização semelhante em 2002 no Piantella — que foi por cinco anos de Kakay — “deu sorte” ao seu primeiro governo. Agora, segundo relato de Kakay, Lula sugeriu repetir a festa e o advogado ofereceu sua casa. Coube a Janja fazer a lista de convidados.

— Foi uma festa entre amigos, só — afirmou Kakay ao jornal O Globo.

Se a diplomação foi uma cerimônia rápida, sem a tradicional lista de personalidades para felicitar os eleitos — o que gerou uma confusão na sala improvisada, na festa, Lula fez questão de ir de mesa em mesa para falar com os presentes. Mas, em tempos de transição e definição de governo, sua participação foi “expressa” Lula chegou às 17h12 e saiu às 18h35.

Os ministros do Supremo Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli foram ao evento, uma espécie de happy hour após a solenidade. Os futuros ministro da Casa Civil, Rui Costa e da Defesa, José Múcio Monteiro, também marcaram presença. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, compareceu ao evento, que foi embalado ao som de samba.

Relatos de quem estava na festa feitos ao GLOBO dão conta de que além de petiscos, o coquetel, que transcorreu em “clima alegre”, foi regado a uísque, vinho branco e vinho tinto.

Também estavam entre os presentes a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o presidente do PSOL, Juliano Rodrigues. O corregedor do TSE, Benedito Conçalves e a presidente do PCdoB, Luciana Santos também foram recebidos na mansão.

De acordo com presentes, ao discursar, Lula reforçou aos convidados da necessidade que tinha de sair da prisão como homem livre e reverter seus processos. E se emocionou ao chamar e abraçar o advogado Cristiano Zanin e destacar pelo empenho e a postura do advogado durante sua defesa na Lava-Jato. Lula também destacou no discurso que Bolsonaro foi derrotado nas urnas mas reconheceu que o bolsonarismo segue muito forte na sociedade.

Ausência sentida

Tanto na festa como na diplomação, a maior ausência notada foi da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ex-candidata à Presidência, ela foi convidada para ambos os eventos pela equipe de Lula, mas segundo assessores, Tebet estava em um evento da bancada emedebista no Mato Grosso do Sul, segundo os seus auxiliares. Ela deve desembarcar em Brasília na noite de hoje.

Durante a eleição, Tebet ficou em terceiro lugar e se engajou pela campanha de Lula no segundo turno, o que a aproximou do petista e a alçou à condição de ministeriável. Na equipe de transição, ela é uma das coordenadoras do grupo de Desenvolvimento Social, que discute a estrutura da pasta que cuidará do orçamento bilionário do Bolsa Família (hoje chamado de Auxílio Brasil). Ela é uma das cotadas a assumir a pasta, assim como a ex-ministra Tereza Campello, que comandou o ministério durante o governo Dilma Rousseff.

Apesar da confiança de Lula, integrantes da direção petista fazem forte resistência a entregar o ministério a Tebet. O principal motivo é que, na visão deles, não faz sentido dar a coordenação de programas sociais de forte apelo eleitoral a uma possível adversária, em 2026. Lula já avisou que não pretende disputar a reeleição e o PT já tem dois nomes como presidenciáveis – os futuros ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Economia, Fernando Haddad.

Na diplomação do TSE, as ausências foram as dos ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux. Mendonça foi o último indicado por Bolsonaro à Corte, e assumiu a cadeira em dezembro de 2021. Questionada pelo GLOBO, a assessoria de imprensa do STF informou que o ministro não compareceu ao evento por que estava em seu gabinete no momento da diplomação. Quanto à ausência de Nunes Marques no evento de diplomação de Lula, o STF afirmou que não tinha informação a respeito da agenda do ministro ou a causa da ausência. Ele foi o primeiro indicado por Bolsonaro, em 2020.

De acordo com a assessoria de imprensa do STF, Fux, que deixou a presidência da Corte em setembro deste ano, estava em trânsito do Rio de Janeiro para Brasília no mesmo horário da diplomação e, por isso, não compareceu.

Presenças notáveis

No time das presenças, uma das mais badaladas foi a da ex-presidente Dilma Rousseff, que sentou-se ao lado do ex-presidente José Sarney, imediatamente em frente à mesa de honra. Dilma foi tietada pelas autoridades que estavam no auditório, como a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Arantes e a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT).

Outra autoridade que atraiu a atenção dos ‘tietes’ foi a deputada federal eleita e ex-senadora Marina Silva, que entrou pela entrada principal do evento acompanhada da deputada Joênia Wapichana. Quem aguardava o início da cerimônia ainda do lado de fora do auditório aproveitou para fazer ‘selfies’ e vídeos ao lado da ex-ministra do Meio Ambiente, hoje principal nome para ocupar a pasta no governo Lula.

Também cotada para ocupar uma pasta na Esplanada dos Ministérios, a governadora do Ceará, Izolda Cela, chegou à solenidade pela área privativa logo atrás do casal presidencial, Lula e Janja. A entrada da governadora aumentou as apostas de que a cearense será escolhida para o Ministério da Educação e foi vista como sinal de prestígio junto ao presidente eleito.

Entre as personalidades políticas notadas também estava o ex-aliado de Jair Bolsonaro e prefeito de Belford Roxo (RJ) Waguinho, que preside o União Brasil do estado. Acompanhado da esposa, a deputada Daniela do Waguinho, ele foi um dos primeiros a chegar à cerimônia, quase 40 minutos antes do início.

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