Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (19), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) acusou o governo de promover uma “gastança desenfreada” nos meses anteriores e agora adotar uma política de corte de gastos de forma “disfarçada”, segundo ele conduzida sem transparência, “em reuniões noturnas”. Mourão se manifestou contra a anunciada inclusão das Forças Armadas no esforço fiscal do governo. Para ele, as discussões em torno dos cortes ocorrem sem a participação de setores diretamente afetados, além de carregar, segundo ele, “um sentimento de revanche”.
Hamilton Mourão disse que está sendo colocado “um novo peso” sobre os militares no esforço fiscal. Segundo o senador, que é general da reserva, o governo pretende incluir membros das Forças Armadas da ativa, veteranos e pensionistas em ajustes financeiros, algo que classifica como injusto, já que “os militares não são responsáveis pelo déficit fiscal do país”.
— Preciso destacar que os militares têm, sim, que receber seu soldo integral até a morte, pois ficam à disposição do Brasil até atingirem a idade limite para a reforma, e nenhum governo tem nada a ver com nossos pensionistas. Desde priscas eras, nós criamos o nosso próprio fundo de pensão, que hoje é gerido pelo governo, que pega esse dinheiro e investe como? Nossas pensões não fazem parte do Orçamento. Se o governo administra mal o fundo, o problema não é nosso. Não precisamos ter vergonha de nada. Temos, sim, regras especiais para a inatividade e defenderemos sempre a integralidade e a paridade — declarou.
O senador defendeu cortes em outros setores da administração pública.
— A gastança […] vem sendo feita com ONGs, Lei Rouanet, viagens, propaganda, despesas com o Judiciário, R$ 1,5 bilhão em vacina que foi jogada no lixo, ou seja, um verdadeiro sumidouro dos recursos do erário público. E sempre lembrando que governo não produz dinheiro. Governo toma dinheiro de cada um de nós por meio dos impostos. E isso tem contribuído para o aumento galopante do déficit fiscal do país, o aumento dos juros e da inflação — afirmou.