Papéis de ambos na transição representam não só posturas individuais possivelmente conflitantes, mas duas linhas políticas que até pouco tempo eram rivais, conforme Osmar Bernardes Júnior e Rodney Amador, do O Antagonista.
Ainda sem as definições oficiais dos futuros ministros do próximo governo, a transição do governo Lula (PT) está focada nos grupos técnicos e nas falas e posicionamentos públicos de seus membros, coordenadores e do próprio presidente eleito. O dia a dia do processo segue sob coordenação de Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, que capitaneia coletivas e anúncios dos nomes das equipes.
Além disso, Alckmin também vem agindo politicamente para diminuir as tensões e evitar ruídos entre posicionamentos de esquerda e o mercado, que costuma reagir mal a rumores de que o governo petista adotará medidas heterodoxas. No sábado (26) passado, em evento com empresários, o ex-governador de São Paulo reforçou que o novo governo não revogará nenhuma reforma, como a trabalhista, e manterá compromisso com a saúde fiscal do Estado brasileiro.
Por outro lado, no dia anterior, outro nome forte da transição participou de evento com representantes do mercado: Fernando Haddad (PT), ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e candidato derrotado ao governo de São Paulo em 2022. Em evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entidade representativa do setor financeiro, Haddad foi recebido como o futuro ministro da Fazenda, apesar de que ainda não há oficialização dessa indicação.