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O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito Fernando Haddad em debate virtual, na noite desta terça (25) - Reprodução
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quarta-feira 26 de maio de 2021 às 06:07h

Haddad e Alckmin firmam compromisso para o 2º turno

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Quatro dias depois da divulgação de foto de um encontro entre os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, outros dois expoentes do PT e do PSDB se reuniram e debateram as perspectivas políticas do país.

O ex-governador tucano Geraldo Alckmin e o ex-prefeito petista Fernando Haddad participaram conforme a Folha de S. Paulo de um debate virtual nesta última terça-feira (25), fizeram críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro e trocaram elogios.

O encontro virtual foi promovido pelo movimento Política Viva e pela Escola Comum, entidade que capacita lideranças em periferias.

Ao falar sobre a conjuntura política para 2022, Haddad disse que é preciso não repetir a situação de 2018 —quando foi ao segundo turno da eleição presidencial sem obter declarações de apoio de antigos adversários.

“Penso que devemos fazer um compromisso de segundo turno também. O compromisso de primeiro [turno] é nos apresentar de forma civilizada e transparente. O compromisso de segundo é com a democracia, com as instituições, com o respeito, com a dignidade humana”, disse.

O ex-prefeito então lembrou que PT e PSDB trocaram apoios em segundo turno em eleições em São Paulo contra Paulo Maluf (PP), nos anos de 1998 e 2000.

Alckmin não respondeu ao aceno, afirmou que vai atuar por uma alternativa na sucessão presidencial e que pretende participar “da vida política”.

“O PSDB terá candidato próprio. Nós trabalharemos pela terceira via. Temos divergências tanto em relação ao Bolsonaro quanto ao PT.”

Questionado, disse que não há como falar nas possibilidades de segundo turno. “Vamos acreditar e estar lá no segundo turno com a terceira via.”

Ele articula candidatura para o governo paulista no próximo ano e pode mudar de partido, já que o atual governador, João Doria, pretende lançar ao posto o vice Rodrigo Garcia, que trocou o DEM pelo PSDB. O DEM, aliás, é uma das opções para abrigar o ex-governador.

Lula e FHC almoçaram juntos no dia 12 de maio na casa do ex-ministro Nelson Jobim. O ex-presidente tucano se apressou em afirmar que só apoiará o petista em caso de segundo turno contra Bolsonaro.

Ainda assim, a aproximação causou desconforto no PSDB, que articula candidatura presidencial própria para 2022.

No evento, Haddad disse que o gesto de Fernando Henrique foi importante. Já Alckmin afirmou que foi um encontro natural entre dois ex-presidentes da República que não significa uma adesão a uma candidatura presidencial.

Alckmin e Haddad têm um histórico de convivência quando os dois comandavam, respectivamente, o Governo de São Paulo e a prefeitura da capital. Durante as manifestações de junho de 2013, relembradas no debate virtual, o então prefeito e o então governador inclusive anunciaram publicamente juntos a redução da tarifa do transporte, que tinha sido o estopim para os protestos.

Em 2018, os dois foram adversários na campanha presidencial. Alckmin ficou em quarto lugar e não declarou seu voto no segundo turno, disputado por Haddad e Bolsonaro, que acabou eleito.

No evento desta terça, os dois políticos responderam perguntas de jovens que participaram dos programas de formação política de uma das entidades organizadoras.

Instados a mencionar qualidades do colega, Alckmin citou a propensão ao diálogo do petista. Haddad disse que o ex-governador é, entre os tucanos, o que tem maior compromisso com questões sociais.

Mas o ex-prefeito fez críticas ao PSDB, especialmente em relação ao comportamento após a eleição presidencial de 2014, que não foram comentadas pelo tucano.

Haddad comparou a rivalidade entre petistas e tucanos com a de dois times que disputam um torneio dentro das regras. “Não acho que a disputa PT e PSDB fosse ruim para o Brasil. Eram dois partidos muito bem organizados, cada um com a sua proposta, explicitadas a cada disputa, e não colocavam em risco o campeonato, a democracia.”

Alckmin disse que os partidos erraram e estão enfraquecidos. Reclamou da fragmentação partidária e disse que o sistema presidencialista do país contribui para os problemas.

O tucano, que é médico, contou também que está cursando doutorado e preparando tese sobre tratamento de dor lombar.

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