O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (22) que o governo fechará o ano de 2023 com um déficit em torno de R$ 130 bilhões, ou 1,3% do PIB. Segundo Manoel Ventura, do O Globo, o valor é pior do que o próprio ministro prometera em janeiro: um rombo abaixo de R$ 100 bilhões.
Haddad afirmou que esse valor já era previsto pelo governo Bolsonaro.
— O déficit estimado para 2023 feito pelo governo anterior já estava em torno de R$ 130 bilhões. É preciso registrar esse fato porque isso é um dado da realidade. E é isso que vai acontecer.
O ministro disse que essa conta já considera, por exemplo, uma compensação de R$ 20 bilhões a estados pelas perdas com a redução do ICMS sobre combustíveis, telecomunicações e energia, durante o governo Bolsonaro.
O valor, porém, não leva em conta um pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios (despesas decorrentes de decisões judiciais) que estão atrasadas.
Ele reconheceu a evolução positiva de vários indicadores econômicos no Brasil em 2023, com exceção do investimento privado, que ele considerou como “única variável preocupante”.
— Isso obviamente tem a ver com a política monetária que quis trazer a inflação para dentro da banda rapidamente — disse ele, destacando a necessidade de que o investimento privado reaja.
Haddad disse que o afrouxamento monetário tem que continuar. Depois de manter os juros em um pico de 13,75%, o Banco Central iniciou em agosto um ciclo de cortes que já reduziu a taxa básica de juros Selic em 2 pontos percentuais, para o atual nível de 11,75%, sinalizando mais cortes de 0,5 ponto à frente.
— Juro está caindo e vai cair mais, e tem que cair mais — disse ele.