O governo busca aprovar uma reforma de tributos que incidem sobre o consumo ainda neste semestre e quer votar a reforma do Imposto de Renda no segundo semestre deste ano, disse nesta terça-feira (17) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“No segundo semestre, nós queremos votar uma reforma tributária sobre a renda para desonerar as camadas mais pobres do imposto e onerar quem hoje não paga imposto; muita gente no Brasil não paga imposto, precisamos reequilibrar o sistema tributário para melhorar a distribuição de renda”, disse.
Em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Haddad afirmou que se as receitas e despesas federais voltarem ao nível pré-pandemia, o governo conseguirá zerar o déficit primário em dois anos.
“Pretendemos voltar despesas e receitas ao mesmo patamar pré-crise da pandemia, que é 18,7% (do PIB). Se nós conseguirmos isso em dois anos, a gente consegue zerar o déficit”, afirmou.
Na apresentação, Haddad afirmou que a extrema direita se organizou no Brasil, se viabilizou eleitoralmente em períodos recentes e governou por quatro anos, ressaltando que não é confortável para o governo ter agora uma oposição extremista.
Na avaliação do ministro, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma coalizão ampla de forças e conta com uma base de sustentação que, apesar de relativa fragilidade por conta da forma de organização partidária no Brasil, “é robusta o suficiente” para enfrentar os atuais desafios.