O FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal americana, relatou, na última terça-feira (28), um aumento de denúncias de pessoas de acordo com o R7, que estão se candidatando a empregos utilizando vídeos manipulados a partir do uso do deepfake e até simuladores de voz. Esses recursos permitem que seja possível fingir ser uma outra pessoa em uma chamada de vídeo ou em uma gravação, por exemplo.
As suspeitas do uso da tecnologia para enganar empresas começou quando recrutadores perceberam que alguns candidatos tinham expressões estranhas quando tossiam ou espirravam.
“Nessas entrevistas, as ações e o movimento dos lábios da pessoa entrevistada na câmera não se coordenam completamente com o áudio da pessoa que fala. Às vezes, ações como tossir, espirrar ou outras ações auditivas não estão alinhadas com o que é apresentado visualmente”, explicam as autoridades americanas.
Após investigar os casos, o FBI identificou que candidatos de outros países usavam dados pessoais roubados de americanos para serem contratados. As vagas tinham que ser de trabalho remoto e de preferência em áreas de TI.
Inicialmente, suspeitou-se que essas pessoas não conseguiriam um emprego nos EUA por serem estrangeiros e por isso usavam o deepfake nas entrevistas. As investigações, porém, apontam que o motivo mais provável é que hackers adotaram essa estratégia para obter acesso às informações confidenciais de empresas e de clientes.
O FBI divulgou que muitas vagas eram para cargos com acesso a dados confidenciais de funcionários ou clientes, além de informações financeiras das corporações. Com isso, a contratação desses falsos funcionários poderia deixar as empresas vulneráveis a grandes violações de dados e vazamentos.
As autoridades americanas estão pedindo aos empregadores da área de tecnologia que registrem os casos ao suspeitarem de atividades estranhas.