O ministro da Economia, Paulo Guedes já apresentou ao presidente Jair Bolsonaro o nome do substituto de Rubem Novaes no comando do Banco do Brasil. O chefe do Executivo já teria concordado com o nome.
A estatal divulgou fato relevante ao mercado com a informação do pedido de demissão de Rubem Novaes na noite de sexta-feira (24), conforme publicou o Poder360.
O anúncio do nomeado poder ser feito nos próximos dias. O nomeado pode ser do corpo de diretores do próprio Banco do Brasil, por já estarem familiarizados com a situação atual do banco.
Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, vice-presidente de Gestão Financeira e Relação com Investidores do BB é um dos cotados. Ele atuou como secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda em 2016 e como diretor de Política Econômica e Diretor de Assuntos Internacionais de 2010 a 2015. Tem 55 anos.
A saída de Novaes será em agosto, em data a ser definida e “oportunamente comunicada ao mercado”. O presidente do BB pediu a Paulo Gudes, ministro da Economia: “Paulo, me dê 1 presente de aniversário”. Ele vai fazer 75 anos em 22 de agosto e queria deixar o cargo.
Ele assumiu o cargo em cerimônia em 7 de janeiro de 2019, junto com os presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, e o do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy -mais tarde substituído no cargo por Gustavo Montezano. Desde o governo de transição, em 2018, Rubem Novaes tem defendido a privatização das empresas do governo.
O texto diz que o banco precisa de “renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”. Em entrevista à CNN Brasil neste sábado (26.jul.2020), declarou que o Banco do Brasil precisa de uma pessoa jovem e engajada com a inovação do mercado.
Também disse que não se adaptou à cultura do compadrio, privilégios e corrupção de Brasília.
No meio do caminho enfrentou disputas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Novaes encaminhou mensagem pelo WhatsApp a pessoas próximas com a mensagem “Caiam na real” seguida de 1 vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o pedido de uma bolsonarista pela reabertura do comércio no país.
Na época, Rodrigo Maia disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que o presidente do Banco do Brasil era 1 “incompetente” e que o único caminho para se manter no cargo era agradando o chefe, se referindo à Bolsonaro.
Rubem Novaes respondeu dizendo que Maia não o conhece. “Meu apego ao cargo é zero. Nossa diferença é que eu sou Fluminense e ele é Botafogo”, afirmou o presidente do Banco do Brasil.
Também houve desgastes com decisão do TCU (Tribunal de Contas da União), que pediu para que o Banco do Brasil suspendesse publicidade em sites que promovem fake news. A decisão do ministro da corte Bruno Dantas afirmou que a irregularidade na aplicação de verbas é “possível interferência” do governo. Afirmou ainda que poderia ter “possíveis prejuízos à imagem da estatal”.
Funcionários do Banco do Brasil disseram que o impasse com o TCU não influenciou na decisão de Novaes de deixar o cargo, pois tem o costume de não correr de briga –como fez com Rodrigo Maia.
Pesou para Novaes a impossibilidade de seguir com o plano de privatização do Banco do Brasil e a vontade da família de que ele voltasse ao Rio de Janeiro. Ressaltou várias vezes de modo reservado que não pretendia ficar mais do que 2 anos no cargo.