Deputados do PSL aliados ao presidente Jair Bolsonaro são alvos de “indubitável e desarrazoada perseguição” dentro do partido. É o que alega a defesa do grupo em manifestação enviada ao Conselho de Ética do PSL em resposta a ação movida por integrantes da tropa de choque do presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE).
Segundo os advogados que representam os bolsonaristas, o grupo sofre represália por ter se revoltado contra o “autoritarismo” na sigla. “Os representados sofrem indubitável e desarrazoada perseguição desde que se insurgiram contra o autoritarismo, e em favor da democracia e transparência intrapartidária”, alegou a defesa. Eis a íntegra da manifestação.
O próprio presidente Jair Bolsonaro já disse que o pedido de expulsão de seu filho Eduardo Bolsonaro, 1 dos alvos dos bivaristas, do PSL foi “um ato autoritário de quem não está ligado à democracia e à transparência“.
Ainda nesta terça-feira (11), Bolsonaro anunciou a aliados que decidiu deixar o PSL e criar uma nova legenda chamada Aliança pelo Brasil. O anúncio foi feito depois de reunião com congressistas do PSL no Palácio do Planalto. Deputados que estiveram no encontro confirmaram a saída.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), por exemplo, disse que a criação da nova sigla deve ser finalizada em março. A ideia é que dê tempo de aproveitar uma eventual janela de mudança partidária, o que ainda está em discussão na Câmara. Pode ou não ser aprovada, portanto. Se for, permitirá a troca no próprio mês de março do ano que vem.
O advogado do presidente e agora dos deputados que o seguem, Admar Gozaga, pediu o arquivamento dos pedidos de expulsões. Além disso, não poupou críticas ao partido e a seu presidente, Luciano Bivar.
“Partido comandado há mais de 30 anos pelo mesmo presidente, que dá de ombros à situação vexaminosa em que se encontram as contas de quase todos os diretórios estaduais e municipais”, completou.