O esquema de falsificação de cartões de vacinação que foi alvo da operação da Polícia Federal nesta manhã de quarta-feira (3) e forneceu de acordo com Malu Gaspar, do O Globo, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua filha, Laura, cartões fraudulentos, começou em Goias, com o preenchimento de um cartão de vacinação comum, em papel.
Primeiro, um médico da prefeitura da cidade de Cabeceiras ligado ao bolsonarismo preencheu o cartão de vacinação para Bolsonaro, Laura, o ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid, e sua mulher.
Com o cartão em papel, o grupo então tentou registrar o cartão no nos sistema eletrônico do SUS no município fluminense de Duque de Caxias, para que ele pudesse ser considerado oficial e valer, por exemplo, em viagens internacionais.
Segundo informações da Polícia Federal, a falsificação foi feita para que o então presidente e sua filha pudessem entrar nos Estados Unidos sem restrições. A então primeira-dama, Michelle, se vacinou nos Estados Unidos em setembro de 2021.
No entanto, como o lote de vacinas informado tinha sido enviado para Goiás e não para o Rio de Janeiro, o sistema rejeitou as informações.
Aí começou uma troca de mensagens entre Mauro Cid e seus ajudantes que acabaria flagrada na operação desencadeada hoje. Por essas mensagens, a Polícia Federal apurou que foi preciso conseguir um outro número de lotes de vacinas, este do Rio, para fazer o registro.
Depois que o cartão de vacinação foi registrado e se tornou oficial, o grupo baixou os arquivos, imprimiu os cartões e os apagou do sistema. Assim, quem procurasse os registros de vacinação do grupo no sistema eletrônico não encontraria.
Só mesmo depois de ter acesso às mensagens de Cid e fazer uma perícia no sistema é que a Policia Federal descobriu a adulteração. Até então, não se sabia que Jair Bolsonaro e sua filha também haviam registrado cartões falsos.