A greve dos servidores da área de enfermagem causa impacto nas unidades básicas de atendimento à saúde e nos hospitais da rede pública. Em todo o Distrito Federal, segundo Laezia Bezerra, do Correio Braziliense, a população está com o atendimento comprometido. A vacinação é a mais prejudicada. Cirurgias eletivas e consultas médicas, entre outros procedimentos, foram canceladas. Os serviços de urgência e emergência atenderam apenas casos classificados nas triagens como muito graves.
A paralisação começou na última quarta-feira (28). Nesta sexta-feira (30), os profissionais — auxiliares, técnicos e enfermeiros — fizeram um ato em defesa do piso salarial, na Esplanada dos Ministérios, e decidiram seguir de braços cruzados pelo menos até a próxima segunda-feira (3).
De acordo com o SindEnfermeiro, os impactos da greve foram sentidos pelos usuários principalmente em Planaltina, onde houve 100% de adesão. Outra outra região bastante afetada foi Ceilândia, onde fica um dos maiores hospitais do DF.
“Na segunda-feira, faremos um movimento em frente ao Ministério da Saúde. Haverá nova assembleia para, então, decidirmos se continuamos em greve ou não. O nosso intuito é fazer com que o Supremo Tribunal Federal (STF) entenda que a Lei n° 14.434 (do piso da categoria) precisa ser implementada e aplicada na íntegra. Esperamos que o governo federal possa intermediar para que o Judiciário reconheça esse direito. Não queremos e não vamos aceitar uma lei do piso desidratada”, afirma o presidente do SinEnfermeiro, Jorge Henrique de Sousa.
O diretor de assuntos da rede privada do SindEnfermeiro, Rangel Fernandes, questiona como “um técnico de enfermagem recebe somente cerca de um salário mínimo por mês e um enfermeiro R$ 2,5 mil nas instituições particulares”. Segundo ele, a adesão à greve na iniciativa privada é muito pequena.