A greve dos caminhoneiros, além de deflagrar uma crise no governo, também acentuou a disputa de poder entre os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco. Ambos formam o núcleo duro do presidente Michel Temer.
Se por um lado Padilha estava, até então, mais esquecido pelo presidente, ainda mais após ter se envolvido em um embate com o advogado José Yunes – no episódio sobre a suposta entrega de R$ 1 milhão em propina da Odebrecht, que teria sido feita a pedido do chefe da Casa Civil -, durante a paralisação ele assumiu a reação do Planalto ao movimento. E mais: não convocou Moreira Franco.
“Há uma guerra entre os dois desde o começo do governo, quando o Padilha virou ministro da Casa Civil e o Moreira ficou sem ministério”, diz um auxiliar direto de Temer.
O ministro de Minas e Energia, por sua vez, não gostou de ter ficado fora do comitê de crise, contam fontes ouvidas. Principalmente após ter ganho espaço diante da fragilidade de Padilha, chegando a ser responsável pelo controle das verbas do setor de publicidade do Planalto e da política de concessões do governo.