segunda-feira 8 de julho de 2024
Ministro destacou que compensação de perdas no ICMS vai ajudar municípios | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Home / DESTAQUE / Governo vai propor para prefeituras compensação por queda nos repasses do FPM
quarta-feira 13 de setembro de 2023 às 06:17h

Governo vai propor para prefeituras compensação por queda nos repasses do FPM

DESTAQUE, NOTÍCIAS


O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Alexandre Padilha (PT), anunciou nesta última terça-feira (12) que o governo vai propor compensar os municípios em R$ 2,3 bilhões pela queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) dos últimos três meses.

Além disso, segundo Renan Truffi e Fabio Murakawa, do Valor, Padilha disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu antecipar outros R$ 10 bilhões para Estados e municípios referente à diminuição das receitas de ICMS, por conta das mudanças na incidência do tributo sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

As duas devem medidas devem ser incluídas no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136, que prevê justamente uma compensação de R$ 27 bilhões da União para os Estados e o Distrito Federal em razão da queda de arrecadação do ICMS. O relatório do PLP está sob responsabilidade do líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR).

De acordo com Padilha, no caso dos R$ 10 bilhões referente ao ICMS, R$ 2,5 bi serão destinados exclusivamente às cidades e o restante ficará com os Estados. “Tivemos uma reunião agora com presidente Lula pra discutir o apoio necessário aos municípios por conta da queda na arrecadação. O presidente nos autorizou acertar duas medidas para ajudar [os prefeitos]. Primeiro nos autorizou antecipar repasse de 2024 referente à queda no ICMS, o que significa R$ 10 bilhões de compensação de ICMS, 25% disso vai para os municípios ou R$ 2,5 bi”, explicou ele após se reunir com o presidente Lula no Palácio da Alvorada.

Em seguida, o ministro contou que, em relação à compensação pela queda no FPM, a proposta de repassar R$ 2,3 bilhões aos prefeitos surgiu a partir do cálculo da queda de receita referente aos meses de julho, agosto e setembro. “A segunda medida autorizada é entregar um artigo para compensar a queda no FPM. É uma parcela extra que compensa a queda dos últimos três meses, mostrando, mais uma vez, que Lula não vira as costas para os municípios”, acrescentou. Com essa proposta, Padilha disse que a expectativa do governo é que o PLP seja aprovado amanhã na Câmara dos Deputados.

Na semana passada, o relator do PLP, Zeca Dirceu, antecipou ao Valor que já vinha negociando com o governo e com os líderes partidários para incluir em seu parecer um pagamento adicional do FPM como forma de ajuda-los e ampliar o espaço fiscal para 2024. “Se não tiver acordo de tramitar nenhuma pauta-bomba, de contribuir para a agenda econômica do governo, é algo que podemos colocar no relatório”, disse ele, na ocasião.

A sugestão foi debatida, inclusive, na terça-feira passada com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, segundo o petista, não se opôs. Dirceu também explicou que fazer um pagamento adicional do FPM pode ser mais favorável à União do que aprovar projetos como a redução das alíquotas previdenciárias dos servidores municipais, com impacto de R$ 7,2 bilhões.

O governo vem tentando resolver o impasse político causado pela queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de agosto e setembro, da redução no volume de emendas parlamentares repassadas as cidades e do aumento das despesas das prefeituras, com a criação do piso nacional da enfermagem. Isso porque um novo protesto foi marcado para outubro em Brasília.

Os prefeitos querem a aprovação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) para elevar em 1,5 pontos percentuais o FPM em março. Na época da apresentação da PEC, isso significava um repasse adicional de R$ 4,5 bilhões por ano para as prefeituras.

A medida de recompor os repasses às cidades foi elogiada pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Ele destacou que a falta de recursos para prefeituras, no entanto, é algo “estrutural”.

“Se vier o auxílio do governo é muito bem-vindo, claro. Essa crise não foi responsabilidade do governo agora. Ela é estrutural. Mas precisamos nos unir para planejar alternativas que possam melhorar esse ambiente ruim que estamos vivendo”, disse Ziulkoski, segundo comunicado divulgado pela CNM.

Veja também

Polícia Federal diz que Bolsonaro desviou R$ 25 milhões em joias e presentes

A Polícia Federal afirmou, em relatório que fundamentou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!