O relator do Orçamento da União em 2025, senador pela Bahia, Angelo Coronel (PSB), afirmou em um artigo enviado a empresários do Esfera Brasil, obtido pela Coluna do Estadão, que o governo Lula “subestimou riscos” da inflação ao enviar o projeto da lei orçamentária ao Congresso. “O salário mínimo projetado ignorava estimativas mais realistas do INPC”, disse, em referência ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor, aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O texto, intitulado “Técnica e política na corda bamba da sustentabilidade fiscal”, criticou a disputa de poder sobre quem deve definir o gasto público. “O Congresso não é um adversário — é um parceiro que ouve prefeitos, governadores e a sociedade. Se o orçamento fosse só uma planilha, não precisaríamos de democracia. O Brasil não suporta mais orçamentos feitos em gabinetes fechados”, continuou o senador.
Em outro trecho do artigo, Angelo Coronel argumentou que o Poder Legislativo não pode ser apenas um “revisor político”, acrescentando que o Parlamento tem 500 consultores especializados que analisam com lupa o Orçamento. “O Executivo, ao alegar supremacia técnica, esquece que seu próprio projeto é amplamente contestado por órgãos federais, que imploram ajustes a este relator”.
A votação do orçamento é a prioridade número um do Planalto, segundo lideranças governistas. Mas, neste clima ainda azedo que envolve o acordo sobre o pagamento de emendas parlamentares, não há previsão, até o momento, para votação do projeto.