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domingo 26 de janeiro de 2020 às 14:36h

‘Governo quer volta da fome no semiárido’, diz deputada Neusa

POLÍTICA


Desde 2003, o Programa de Cisternas foi responsável pela construção de 1,3 milhão de tecnologias para a captação de água da chuva, beneficiando cerca de cinco milhões de pessoas. Os investimentos foram importantes para retirar o Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2014. Mas, segundo a deputada estadual Neusa Cadore (PT), o governo Bolsonaro está atuando para enfraquecer ainda mais o Programa.

“Depois de tantos avanços a gente estava sonhando com a universalização do acesso à água e percebendo os outros desafios, mas agora o governo Bolsonaro quer o fim do Programa de Cisternas e a volta da fome no semiárido. O orçamento para este ano prevê R$ 50,7 milhões. É o recurso mais baixo desde que o Programa foi criado”, informa Neusa, presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia(AL-BA).

A deputada lembrou matéria recente divulgada pela imprensa que aponta, em 2019, primeiro ano de governo Bolsonaro, queda dos recursos, sendo construídas 24,8 mil cisternas, entre equipamentos de produção de alimentos e de cisternas escolares. O valor representa menos da metade do que foi construído em 2017.

Neusa também disse que é vergonhoso um governo lançar apenas um edital e tentar excluir a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), principal organização que liderou as construções das cisternas de maneira inovadora.

“É um grande retrocesso que afeta a população do semiárido. Além de dificuldade de acesso à água, há impacto para a agricultura familiar, para a produção de alimentos e para a geração de renda na zona rural. Essa política gera mais pobreza, desigualdade e aprofunda a volta da fome”, avalia a parlamentar que destacou ainda o impacto negativo na vida das mulheres, muitas vezes, responsáveis por providenciar a água para todo abastecimento humano.

A deputada citou ainda análise feita pelo jornalista Leandro Melito que aponta uma projeção de R$ 183 milhões para os próximos quatro anos, valor bem menor do que os R$ 643 milhões previstos no orçamento só para 2014. Em 2012, ano da previsão maior, a cifra no orçamento foi de R$ 925,8 milhões.

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