O governo Lula informou à coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, que não pode detalhar quais presentes da Presidência foram retirados por Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a administração anterior. Jair e Michelle Bolsonaro são alvos da Polícia Federal devido às joias e aos relógios de luxo recebidos durante o mandato.
E-mails trocados por auxiliares de Bolsonaro mostram que Jair Renan retirou presentes do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) em 12 de julho do ano passado, com autorização de Bolsonaro. As mensagens foram reveladas pela coluna no dia 11 de agosto.
A Secretaria-Executiva da Casa Civil, chefiada por Miriam Belchior, declarou ser incapaz de fornecer informações a respeito dos procedimentos e das destinações conferidos aos bens que integram o acervo privado de Bolsonaro. Miriam foi ministra do Planejamento e presidente da Caixa Econômica Federal no governo de Dilma Rousseff.
“A Presidência da República, por meio da Diretoria de Documentação Histórica, somente possui competência para gerir o acervo do Presidente cujo mandato se encontra em exercício”, declarou a pasta.
A resposta foi enviada pela Secretaria-Executiva da Casa Civil após um pedido feito via Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo o ministério, os arquivos tratados pela Secretaria de Documentação Histórica do Presidente da República foram entregues à equipe de Bolsonaro após o término do mandato.
“Assim, somente as pessoas físicas e jurídicas responsáveis pelo acervo privado do ex-Presidente da República Jair Bolsonaro podem informar a relação de bens, as suas características e o trâmite dos objetos que o compõem”, disse o governo Lula.
No dia 24 de agosto, Jair Renan foi alvo de mandados de busca e apreensão em uma operação policial que investiga crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa. Os agentes confiscaram o celular de Jair Renan, um HD e anotações.