Em uma tentativa de segurar o apoio do Republicanos nas eleições de 2026 e garantir uma base mais fiel no Congresso, o governo do presidente Lula da Silva (PT), cogita segundo Iander Porcella, do Estadão, convidar o presidente do partido, o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), para assumir um ministério em 2025. Um dos objetivos da reforma ministerial é afagar siglas do Centrão, que já têm cargo no governo mas também estão com um pé em eventuais candidaturas da oposição. Nessa estratégia, o Republicanos é um dos principais alvos por ser o partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além disso, também abriga o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) favorito para assumir a presidência da Câmara, e o Planalto está ciente de que precisa melhorar a articulação política com o Congresso para garantir a governabilidade nos próximos dois anos e pavimentar o caminho da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Marcos Pereira, entretanto, tem dito a aliados que o perguntam sobre a possibilidade de virar ministro que não aceitaria o convite.
Ele apresenta dois motivos para a resistência. Primeiro é que ficaria somente um ano no ministério, já que teria de sair do cargo no início de 2026 para concorrer às eleições. Em segundo lugar, descontentaria tanto Tarcísio quanto a bancada do Republicanos no Congresso, que é mais ligada à direita e não quer ver o presidente do partido no governo petista. Procurado pela Coluna do Estadão, Marcos Pereira não comentou.
A Coluna apurou que o nome do presidente do Republicanos foi considerado para assumir o lugar de Alexandre Silveira (PSD) no Ministério de Minas e Energia ou para ocupar a cadeira de Alexandre Padilha (PT) na Secretaria de Relações Institucionais, que é responsável pela articulação do governo com o Legislativo. Outro cotado para a SRI é o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que também é do Republicanos – a mudança de pasta daria a ele um papel mais político no governo e próximo a Lula.
A ideia do governo é conseguir pelo menos a neutralidade das legendas na eleição de 2026. Além do Republicanos, os rumos do PSD, União Brasil e MDB preocupam os governistas, especialmente diante da baixa popularidade da atual gestão e de Lula, o que aumenta o temor de que abandonem o barco do governo na próxima corrida presidencial.