Osatélite Amazônia 1, primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, será lançado no próximo dia 28, no Centro de Lançamento Sriharikota, na Índia.
Em órbita, ele fornecerá dados mais precisos e com melhor resolução de áreas afetadas por crimes ambientais. A cada 5 dias, uma imagem será gerada, e esses dados podem ser utilizados para monitorar áreas de desmatamento, principalmente na região amazônica.
O projeto foi desenvolvido no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em parceria com a Agência Espacial Brasileira e é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, conta que o satélite pesa aproximadamente 650 kg e ficará a mais de 700 km de altitude. “Ele representa um marco importantíssimo porque foi completamente concebido, a engenharia de sistemas dele é completamente nacional, e ele incorpora uma câmera óptica, desenvolvida também no Brasil. De certa forma, então, nos dá uma autonomia praticamente plena em termos de observação da Terra com essa resolução,” reforçou.
O projeto conta com um conjunto de equipamentos como os sistemas energéticos e de controle térmico capazes de controlar e estabilizar o funcionamento da câmera. Segundo Carlos Moura, o desenvolvimento do satélite é o ponto inicial para novas criações e um marco para a trajetória aeroespacial brasileira. “Ser capaz de desenvolver o seu próprio satélite, abrangendo os diversos sistemas, é realmente um ganho importantíssimo para nossa autonomia.”
Lançamento na Índia
Esse será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação. O Brasil já conta com o CBERS-4 e o CBERS-4A. O Amazônia 1 será lançado pelo veículo PSLV, desenvolvido pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial.
A escolha da Índia como país para o lançamento é fruto de uma licitação internacional, feita em 2020. O presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, explicou que, enquanto não há empresas operando veículos lançadores de satélites na base Alcântara – o que está previsto para ocorrer até 2022 -, é preciso fazer licitações internacionais para escolher um veículo lançador.
No dia 22 de dezembro de 2020, os módulos do Amazônia 1 embarcaram para a Índia para serem montados. Foram necessários 52 contêineres especiais para transportar com segurança o equipamento.