Reportagem de capa da nova edição da revista Crusoé, assinada por Wilson Lima e Vanessa Lippelt, trata da volta da gestão petista e os cargos. Com cerca de dez mil cargos públicos para preencher, o PT busca agradar os companheiros ao mesmo tempo em que tenta consolidar uma base política. Os partidos exigem cargos para apoiar o governo Lula.
“Uma das maiores pressões devem vir do próprio PT. O partido tem muitos filiados e estimula internamente a formação de quadros para a administração pública. O impeachment de Dilma, que tirou o PT do poder depois de 14 anos, interrompeu abruptamente muitas carreiras. ‘A legenda está repleta de especialistas em ciências sociais, economia, relações internacionais’, diz o cientista político Sérgio Praça, professor da Fundação Getúlio Vargas. ‘Com a volta ao Planalto, é inevitável que haja uma correria por cargos.’
Os números demonstram que o PT não deixa os companheiros na fila do desemprego. Um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas mostrou que no final de 2015, pouco antes do impeachment de Dilma, 25% dos cargos comissionados de natureza especial (os mais importantes e mais bem remunerados) eram ocupados por petistas. Nesta terceira gestão de Lula, as coisas podem mudar, pois a ‘fome’ por cargos pelas legendas está maior do que antes, muito maior, dizem petistas.