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sexta-feira 10 de maio de 2024 às 20:04h

Governo Federal detalha esforço para restabelecer comunicações, energia e estradas

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Além de salvar vidas e de garantir o bem estar de desalojados e desabrigados, reestabelecer as comunicações, a energia e desobstruir estradas são três das prioridades da equipe do Governo Federal no Rio Grande do Sul nos últimos dias. Alguns pontos dessa estratégia foram detalhados em coletiva de imprensa pelos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), José Múcio (Defesa), além de comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica num encontro com jornalistas em Porto Alegre (RS) nesta sexta-feira (10).

“Este é um esforço que estamos nos dedicando nas últimas 48 horas e avançamos, com pontos de obstrução liberados, ampliando a rede de internet e reduzindo o número de pontos sem energia. Ontem, chegamos a 419 mil pontos sem energia (a ampla maioria por questões de segurança em função das inundações). No último contato que fiz com o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), já eram 381 mil pontos, e a gente quer que isso possa avançar com rapidez”, afirmou Pimenta.  Ele reforçou que houve reuniões com representantes de operadoras de telefonia móvel e de internet, com a presença do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, para coordenar a retomada da conectividade. De forma voluntária, os sinais de todas as operadoras foram abertos a todos os usuários para garantir a comunicação onde for possível.

Waldez Góes citou avanços do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para reestabelecer acessos rodoviários essenciais, indispensáveis para abastecimento, chegada de medicamentos, alimentos e de ajuda humanitária à região, e manifestou receio em função de a chuva ter voltado a alguns pontos do estado. “O DNIT está com mais de 600 homens trabalhando em várias frentes e já recompôs caminhos que ajudam nessa chegada de medicamentos, oxigênio, de produtos, mas as chuvas de agora são complicadas para esse momento. Em regra, há trechos com riscos de desbarrancamento. Em muitos casos, as encostas já estão nuas. Não têm mais a vegetação. A terra está saturada. Então, se realmente se confirmar esse volume de chuva, alguns caminhos que já foram restabelecidos podem voltar a ter problemas. O risco de deslizamento é real. Então, a gente está com um sinal de alerta bem forte”, alertou Waldez Góes.

RENEGOCIAÇÃO – Depois do pacote de mais de R$ 50 bilhões em socorro ao Rio Grande do Sul anunciado pelo Governo Federal na quinta-feira, a estimativa é de que uma nova rodada de ajuda da União seja anunciada na próxima semana. Paulo Pimenta indicou a perspectiva de reunião do governador gaúcho Eduardo Leite com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na próxima segunda-feira (13/5) em Brasília, para tratar de renegociação da dívida do Estado.

Na agenda, segundo Pimenta, está previsto um anúncio na terça-feira (14/5) de novas medidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Entre eles, uma política específica para atender diretamente as pessoas. Uma forma de fazer com que o dinheiro chegue diretamente.”

BALANÇO – Segundo informações atualizadas pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul às 12h desta sexta, a tragédia climática no Rio Grande do Sul afetou 1,9 milhão de pessoas. Muitas tiveram a casa destruída ou invadida pelas casas, o que fez com que 69 mil pessoas fossem levadas para abrigos e 337 mil seguem desalojadas. Há 116 mortes confirmadas.

RESGATES – Segundo uma estimativa do Governo Federal, com um efetivo de quase 20 mil profissionais, entre militares das Forças Armadas, integrantes das forças de segurança do Ministério da Justiça (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional) e Defesa Civil, já foram resgatadas mais de 63 mil pessoas e sete mil animais.

REPASSES – Para ajudar os municípios atingidos, Waldez afirmou que, até agora, foram aprovados 124 planos de trabalho via Defesa Civil. “Chegamos à soma de R$ 75,6 milhões e temos, de ontem para hoje, mais R$ 111 milhões em análise. Esse recurso é para água, comida, às vezes aluguel de sanitários químicos, combustível”, exemplificou Góes. O Governo Federal publicou duas portarias que simplificaram os procedimentos dos planos de trabalho e fizeram com que muitas das aprovações sejam feitas em até 24 horas.

MARINHA – Neste sábado (11/5), atraca em Santa Maria o Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico, o maior da América do Sul. A bordo, médicos, equipamentos, doações e purificadores de água. “É uma verdadeira cidade flutuante. O Atlântico traz 200 fuzileiros navais, 40 viaturas, seis containers, 11 embarcações, três helicópteros”, listou o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. Ele ainda listou toda a estrutura montada para prestar assistência à população gaúcha até agora, incluindo, oito navios, 11 helicópteros, 74 viaturas com equipamentos de desobstrução de vias, dois mil militares, duas estações de tratamento de água potável com capacidade de produção de 20 mil litros por hora; um hospital de campanha com 40 leitos, 15 médicos, 35 profissionais de saúde, além de combustível, água, 300 toneladas de donativos e 50 embarcações de diversas naturezas e adequadas à operação na área. “Isso retrata um absoluto e integral comprometimento da Marinha no auxílio à população gaúcha”

FORÇA AÉREA – O comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno, lembrou que a FAB não tem medido esforços, especialmente nas operações de resgate, incluindo as feitas em regiões de acesso remoto e complexo, onde foram usados, inclusive, equipamentos de navegação de visão noturna. Já foram realizados 2.167 resgates aéreos de pessoas e 232 de animais domésticos. Também foram feitas evacuações aeromédicas em UTIs. Segundo o comandante, são 37 helicópteros em operação, que voam concomitante às aeronaves, o que exige medidas de segurança de controle do espaço aéreo em uma área restrita e voando baixo. Do total, 25 são helicópteros militares e os demais de órgãos federais públicos, como Polícias Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal. Na quinta-feira, a Força Aérea fez o primeiro lançamento de carga em São Jerônimo, região de difícil acesso. Envolvidas nas campanhas de doação, as bases da Força Aérea já receberam 1.749 toneladas de materiais, entre remédios água potável, roupas, alimentos, produtos de higiene, material de limpeza, ração animal e colchões. Cerca de 128 toneladas já foram encaminhadas ao Rio Grande do Sul. Neste sábado, uma operação especial em Brasília vai conduzir, em aeronave, carretas do Exército e caminhões cedidos por empresários, outras 400 toneladas de donativos para os gaúchos.

EXÉRCITO – Dos 20 mil militares em operação no Rio Grande do Sul, cerca de 11 mil são do Exército. Os militares atuam com 2.900 viaturas, 90 equipamentos de engenharia, 280 embarcações e três hospitais de campanha. Os militares atuam na construção de pontes, em ações de salvamento, abertura de vias e ajuda humanitária.

SEGURANÇA – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou nesta sexta o envio de mais 80 agentes da Força Nacional para ações no Rio Grande do Sul. Com isso, o efetivo da corporação chega a 300 homens, com atuação não só no resgate das vítimas de enchentes, mas na segurança da população. Com a chegada do novo grupo, o efetivo de forças federais do Ministério da Justiça passa de mil. Somam-se à Força Nacional 370 agentes da Polícia Federal, 354 da Polícia Rodoviária Federal e 17 da Força Penal Federal. A logística empregada conta com 108 viaturas comuns, 106 caminhonetes especiais, 21 embarcações de resgate, 18 botes de resgate, 11 jetskis, seis viaturas-reboque, cinco helicópteros, dois caminhões, três ônibus e uma carreta-tanque de abastecimento.

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