A Bahia vai ganhar a primeira sede do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) do Norte-Nordeste. O protocolo de intenções nesse sentido foi assinado nesta última sexta-feira (22), pelo governador Jerônimo Rodrigues e pela presidenta do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros. O ato aconteceu no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, em Salvador, e contou com a presença de diversas autoridades. O documento entra em vigor a partir da assinatura e tem prazo de 180 dias.
O governador destacou que o Estado fará um investimento de manutenção, construção e de restauro do Palácio, atendendo as exigências dos institutos de manutenção da história, que exigiram que a arquitetura original fosse mantida. “Destaco aqui o zelo da presidenta do BB por escolher o arquiteto que sempre vem fazendo o trabalho com o CCBB e que tem uma característica muito forte, que é de deixar a história mantida e trazer uma construção nova, sempre com arranjo combinado com o que já existe”, explicou o Jerônimo.
Primeiro CCBB da região Norte-Nordeste e quinto do país, a implantação do equipamento cultural é uma parceria entre os governos baiano e federal e o BB. Para se tornar sede, o Palácio da Aclamação foi cedido ao CCBB e vai passar por adequações, o Governo do Estado irá assumir as obras de reforma, ampliação e modernização do espaço. Para atender à necessidade e programação da unidade, está prevista a construção de um anexo. O equipamento será um novo e importante polo de investimentos culturais no estado, promovendo a integração de diversas linguagens artísticas e o intercâmbio e a valorização da cultura baiana.
Segundo a presidenta do BB, Tarciana Medeiros a parceria entre os governos estadual e federal foram primordiais para a instalação do equipamento em solo baiano. “Vale a gente ressaltar essa parceria histórica. A partir do diálogo aberto desde o primeiro dia da minha posse, quando o presidente Lula me deu posse, e eu e a ministra Margareth assinamos o edital da Cultura, o senador Jacques Wagner e o governador Jerônimo já trouxeram esse anseio de um Centro Cultural do Banco do Brasil, na Bahia”, pontuou a presidenta.
O acordo para implantação é resultado de tratativas que começaram há mais de um ano, entre o Governo do Estado e o Banco do Brasil. Salvador foi escolhida para receber o novo CCBB por dialogar com premissas relevantes de curadoria para a estratégia de investimento do Banco do Brasil em cultura, como identidade e pluralidade. Frente a outras capitais da região Nordeste, Salvador foi a que obteve maior nota final na análise de critérios como população, cidades criativas, cidades inteligentes e arrecadação federal com turismo.
O secretário Bruno Monteiro destaca a importância de mais um espaço de dinamização artístico e cultural para a cidade. “O CCBB efetiva a valorização do Centro Histórico como um corredor cultural, que vem desde a Graça com o Museu de Arte Contemporânea, o Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória, com o Museu de Arte Moderna, na Avenida Contorno, o Centro Cultural da Caixa, o TCA e o Pelourinho. Tudo isso reforça essa vocação da cultura da Bahia”, destacou o titular da Secult-BA.
Centros Culturais
Os Centros Culturais abrigam projetos em diversas áreas e linguagens, como exposições, peças teatrais, mostras de cinema, shows e atividades culturais, ideias e programas educativos, com atividades acessíveis à sociedade. Pela proximidade com o Centro Histórico, a proposta é que o CCBB – Salvador fortaleça o circuito cultural da região, que conta com museus, galerias, teatros, cinemas e outros equipamentos do segmento. Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a unidade da Bahia irá fortalecer a cultura soteropolitana, aproximando o público e criando oportunidades para os artistas.
“Mais um espaço para o acontecimento cultural, para o acontecimento artístico na nossa cidade, na nossa Bahia. No Nordeste, é o primeiro do Banco do Brasil. Isso é um grande presente para nós, especialmente nesse lugar. Todos nós temos a ganhar com isso”, enfatizou a ministra.
Estavam presentes ao ato a primeira-dama do Estado, Tatiana Velloso, o vice-governador, Geraldo Júnior, a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, os secretários de Turismo, Maurício Bacelar, do Meio Ambiente, Eduardo Sodré, além do senador Jaques Wagner, autoridades religiosas, entre os atores, o baiano Jackson Costa, deputados estaduais e federais.
História
O primeiro Centro Cultural foi fundado em 1989, no Rio de Janeiro. O espaço é um importante instrumento de rejuvenescimento constante da marca BB e de sua base de clientes, por sua estreita conexão com o público jovem e pela formação permanente de plateias. São espaços que materializam as diretrizes culturais do Banco, de oferecer espaço a artistas e manifestações culturais que merecem maior representatividade no cenário nacional.
Salvador foi integrada à rede de cidades criativas, projeto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para promover a cooperação entre as cidades que reconhecem a criatividade como fator importante no seu desenvolvimento urbano sustentável, inclusão social e cultura vibrante. Por conta disso, foi reconhecida pela Unesco, em 2016, como “cidade da música”.
Palácio da Aclamação
Localizado no bairro do Campo Grande, o Palácio da Aclamação foi construído no final do século XIX e serviu como residência dos Governadores da Bahia de 1917 a 1967. Ele é considerado patrimônio histórico de acordo com o Decreto Estadual 12493/2010. Em 1991, após processo de restauração, se tornou museu. Aberto à visitação, o acervo abriga peças de mobiliário, porcelanas, cristais, bronzes, tapetes persas e franceses, pinturas e esculturas, com vista para a Baía de Todos-os-Santos.