O governo federal espera realizar na segunda quinzena de dezembro o leilão da concessão do Porto de Santos, o mais movimentado da América Latina, disse o secretário-executivo do Ministério de Infraestrutura, Bruno Eustáquio, nesta terça-feira. Segundo ele, há mais de 20 potenciais interessados no certame.
Nos próximos dias, Eustáquio tem agendas com 23 investidores que estão de olho na concessão, afirmou durante evento do setor de petróleo e gás no Rio de Janeiro. O perfil dos interessados é diversificado, disse.
“Está caminhando (o leilão). A parte final da documentação foi encaminhada ao TCU (Tribunal de Contas da União)…e a previsão é que tenhamos a licitação mais para o fim do ano”, disse ele a jornalistas.
Esta semana o secretário vai captar avaliações de interessados sobre questões que incluem modelo de acionista e de concessão do porto.
“A gente espera muita competição nesse processo de alienação das ações da autoridade portuária combinado com o contrato de concessão. Temos sido procurados por inúmeros agentes nacionais e estrangeiros e o apetite é grande” entre potenciais interessados, disse Eustáquio.
“Tem de tudo: empresa de logística, fundo, banco, empresas do próprio porto de Santos. A gente quer conhecer um pouco o perfil do investidor para ver como o projeto pode ser ajustado para buscar a maior competitividade ali”, acrescentou.
Pelo modelo de concessão encaminhado ao TCU, o governo federal propõe a venda da participação acionária da autoridade portuária de Santos e entrega um novo contrato de concessão de 35 anos com direito a uma extensão de cinco anos.
“Temos trabalho com o TCU e vamos ouvir o mercado, mas a espinha dorsal está bem ancorada no modelo da Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) que já foi privatizada”, disse ele.
O leilão da Codesa, o primeiro de uma operadora portuária na história do país, aconteceu no final de março e foi vencido por um fundo da Quadra Capital, que ofertou outorga de 106 milhões de reais ante lance mínimo de 1 real.
O objetivo principal da concessão de Santos, de acordo com Eustáquio, é “abrir o porto” para mais diversas vocações, ampliar as instalações e otimizar a logística de acesso e interna.
“É a nossa joia da coroa”, disse ele se referindo ao programa de privatizações do governo federal, que este ano já contou com a sétima rodada de aeroportos em agosto. A rodada incluiu o terminal paulista de Congonhas, que, apesar das expectativas, acabou recebendo interesse apenas da espanhola Aena, que saiu vitoriosa no leilão.