Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apontou a demora na vacinação como erro do governo federal no combate à covid-19. Ele, no entanto, não quis se posicionar se isso poderia configurar crime de responsabilidade.
Durante todo o programa, mesmo pressionado diversas vezes, Pacheco manteve o discurso conciliador que predomina desde que assumiu a presidência do Senado e adotou um tom ameno em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
O senador, que foi eleito para o comando do Congresso com apoio do presidente da República, disse que não se arrepende de ter votado em Bolsonaro no segundo turno em 2018 e evitou tecer críticas ao governo federal, mesmo em relação à condução do combate à pandemia de covid-19.
“(O erro do governo) foi não ter sido ágil na questão da vacinação”, afirmou. “Essa validação se é crime de responsabilidade ou não se dá no âmbito do processo, porque crime depende de dolo, depende da intenção de fazer”, completou.
Mesmo apontando a falha, o senador fez a ressalva de que esta questão não é exclusiva do Brasil. “Houve o mesmo problema em diversos outros países, essas dificuldades são próprias de uma pandemia que pegou todos de surpresa”, falou.
Pacheco defendeu que é necessário separar as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia das políticas propostas pelo Ministério da Saúde. Ele disse que confia no que disse o ministro Eduardo Pazuello de que estarão disponíveis 25 milhões de doses da vacina em março e 45 milhões em abril.
O presidente do Senado até admitiu que se ficasse doente, tomaria remédios sem eficácia comprovada para a covid-19, como cloroquina e ivermectina, caso fossem receitados por um médico.