O governo de Joe Biden declarou nesta sexta-feira (16) conforme a AFP, que vê muitas vantagens e oportunidades no projeto de dólar digital lançado em março, mas que a iniciativa deve garantir o “desenvolvimento responsável” dessa moeda para reduzir seus riscos.
“O desenvolvimento responsável de ativos digitais é vital para os interesses americanos”, disse o principal conselheiro econômico da Casa Branca, Brian Deese, em entrevista coletiva por telefone.
No entanto, destacou os riscos ligados à proteção de consumidores e investidores, bem como à segurança e estabilidade do sistema financeiro e à “liderança financeira e tecnológica (dos Estados Unidos) no mundo”.
Dado o aumento global de criptomoedas como o bitcoin e o crescente uso de pagamentos digitais, Biden assinou um decreto em março solicitando ao Departamento do Tesouro que apresentasse um relatório sobre “o futuro do dinheiro” dentro de seis meses.
Recebeu nove propostas, que recomendam continuar trabalhando no assunto, embora sem especificar nenhum prazo, segundo a Casa Branca.
Esses relatórios “fornecem uma base sólida para os formuladores de políticas, à medida que continuamos trabalhando para entender os benefícios potenciais dos ativos digitais e mitigar e minimizar os riscos”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
“A inovação é uma das características de um sistema financeiro dinâmico”, mas requer “regulamentação adequada”, acrescentou.
“Se esses riscos forem mitigados, os ativos digitais e outras tecnologias emergentes poderão oferecer oportunidades significativas”.
O banco central americano (Federal Reserve, Fed), que há anos trabalha nessa questão, foi incentivado a continuar nessa linha, com o apoio de um grupo específico que seria liderado pelo Tesouro.
Alondra Nelson, diretora do escritório de política científica e tecnológica, destacou que as consequências ambientais do desenvolvimento de uma criptomoeda também devem ser consideradas.
“Constatamos que os criptoativos consomem anualmente entre 1 e 2% da eletricidade dos Estados Unidos” e produzem “entre 0,4 e 0,8% das emissões geradas pela produção de ferro e aço” do país, destacou.