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terça-feira 2 de junho de 2020 às 10:41h

Governo do México inicia reabertura econômica e supera 10.000 mortos por COVID-19

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O México superou as 10.000 mortes pelo novo coronavírus e acumula mais de 93.000 contágios, anunciou o governo nesta última segunda-feira (1º), no dia em que o país iniciou a reabertura gradativa de algumas atividades econômicas.

O diretor-geral de Epidemiologia, José Luis Alomia, reportou durante uma coletiva de imprensa 237 novos óbitos na pandemia, elevando o total a 10.167. O país acumula 93.435 casos positivos da doença.

Hugo López-Gatell, vice-secretário de Saúde e encarregado da estratégia contra o novo coronavírus, disse na sexta-feira passada à AFP que considera provável que o México alcance os 30.000 mortos na pandemia, sem especificar em qual período.

O novo pico de falecimentos foi anunciado no momento em que o país, que tem 120 milhões de habitantes e é o segundo com mais mortes na América Latina depois do Brasil, iniciou o trânsito para uma “nova normalidade”.

“Hoje, iniciam-se atividades produtivas relacionadas à indústria automotiva, à mineração e à construção”, disse o presidente Andrés Manuel López Obrador, em sua habitual entrevista coletiva matutina.

Obrador está na Isla Mujeres, um conhecido balneário turístico próximo a Cancún, no estado de Quintana Roo (sudeste).

“Temos que ir em direção à nova normalidade, porque isso é necessário para a economia nacional, o bem-estar do nosso povo. Precisamos ir, pouco a pouco, normalizando as atividades produtivas, econômicas, sociais e culturais”, acrescentou na coletiva a portas fechadas, na qual, como de costume, apareceu sem máscara.

Só foi permitida a entrada de alguns jornalistas, distantes uns dos outros.

Sinal verde para o Trem Maia

Como parte desta nova etapa, López Obrador inaugurou mais tarde as obras do Trem Maia, projeto marco de seu governo, que espera transformar em um motor de reativação econômica em meio à pandemia.

“A pandemia (…) levou a uma crise econômica, ao desemprego nesta região e no país. Por isso, é muito oportuno iniciar esta obra aqui em Lázaro Cárdenas neste primeiro trecho, cerca de 260 km de Izamal a Cancún”, disse o presidente na cerimônia, sem público.

Questionado por organizações sociais e ambientais, a ferrovia turística terá extensão de 1.500 km e exigirá um investimento inicial de 6 bilhões de pesos (272 milhões de dólares).

O presidente também destacou que estão em preparação protocolos para reativar o setor turístico em Cancún a partir da próxima semana. O turismo representa 8,7% do PIB mexicano.

Com esta viagem, na qual percorreu 1.600 km de carro durante o fim de semana a partir da Cidade do México, o chefe de Estado retomou os giros pelo país – nos quais é comum vê-lo cercado de simpatizantes e distribuindo beijos e abraços – que ele suspendeu pela pandemia.

Durante la semana, López Obrador, que descartou atos multitudinários, percorrerá várias regiões do sul do país, entre elas seu estado natal de Tabasco, onde realizará eventos com poucas pessoas.

 Silêncio no metrô

As viagens se enquadram na chamada “nova normalidade”, após o confinamento iniciado em 23 de março.

Em meados de maio, o governo mexicano apresentou um plano para avançar para o que chamou de “novo normal” após o confinamento devido à pandemia de COVID-19.

O plano prevê, a partir de 1º de junho, a ativação de um semáforo. Nas localidades em vermelho, como é o caso atualmente em várias áreas do país, serão permitidas apenas atividades consideradas “essenciais”, como construção e mineração.

Gradualmente, e até atingir o verde, serão somados outros setores econômicos, atividades em espaços públicos e, finalmente, aulas, mas mantendo distância física e o cuidado sanitário individual.

Na Cidade do México, um dos focos vermelhos de infecção, também se inicia uma reabertura gradual de atividades.

A cor vermelha deve permanecer até 15 de junho pelo menos. O semáforo permanecerá nesse nível na capital, enquanto os leitos hospitalares registrarem 65% de ocupação.

As autoridades da capital também pediram a população para se manter em silêncio durante as viagens de metrô, usado diariamente por 4,5 milhões de pessoas em uma rede de 226 km.

No domingo, o subsecretário de Saúde, Hugo López-Gatell, reiterou que o risco de contágio da doença persiste.

“É essencial que a sociedade saiba que o perigo persiste e que toda República está no sinal vermelho, com exceção do estado de Zacatecas”, disse ele em entrevista coletiva.

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