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quarta-feira 17 de junho de 2020 às 08:19h

Governo do Haiti diz que pandemia já atingiu o pico no país

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Autoridades de saúde haitianas informaram na segunda-feira (15) que as infecções pela COVID-19 chegaram ao pico no país e que o número de casos detectados no país havia caído, trazendo uma mensagem de esperança em meio a pandemia, que não seria tão alarmante quanto as previsões os fizeram acreditar.

“Não tivemos tantas mortes ou casos graves quanto esperávamos”, disse Patrick Dely, diretor de epidemiologia do Laboratório Nacional do país.

“Achamos que o vírus, que causou tantos danos em outros países, não está se comportando da mesma maneira aqui”, disse ele.

“A questão agora é entender o motivo disso: é isso que estamos pesquisando”, acrescentou.

Desde que os primeiros casos foram detectados no país, no último 19 de março, o Haiti teve apenas 4.309 pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus, das quais 73 morreram, segundo os últimos números divulgados no domingo.

No entanto, as autoridades admitem que as estatísticas não representam o cenário completo da doença no país, dado o baixo número de testes realizados.

Porém, eles insistem que esses números permitiram avaliar o progresso da doença em todo o país.

“Esperávamos atingir o pico durante a semana 27 da epidemia”, que teria sido a última semana de junho, “mas, com base em nossas observações, a partir da 22ª semana, no final de maio, vimos uma tendência de queda nos números que estamos verificando”, afirmou Dely.

“Não podemos ser complacentes porque não sabemos que mudanças podem surgir conforme falamos. Vamos ver surgir uma outra onda (de contágios)? Não temos como saber de que forma a doença se comportará”, ressaltou o diretor de epidemiologia, observando que o Haiti ainda vive “em um período de forte transmissão”.

Em um país com 11,2 milhões de pessoas, os cientistas projetam um cenário de em média 2.000 mortes durante a epidemia, enquanto previsões mais sombrias mostram o número final como 20.000 falecidos no Haiti.

Muitos haitianos não admitem a gravidade da doença, considerando-a uma “gripezinha” e se recusando a fazer o teste, especialmente na capital, Porto Príncipe.

Mesmo com o fechamento de aeroportos, escolas e da fronteira do país com a República Dominicana desde 19 de março, a maioria das atividades cotidianas continuam sendo realizadas em todo o país.

Ficar em casa não é uma opção para a grande maioria dos haitianos, que dependem da economia informal para sobreviver.

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