Em Cingapura, secretário de Defesa americano disse neste sábado (11) que atividade militar chinesa em torno da ilha autônoma ameaça mudar o “status quo”. Lloyd Austin também afirmou que Washington continuará apoiando Taiwan.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, criticou a China pela “abordagem mais coercitiva e agressiva de suas reivindicações territoriais”.
Falando no Diálogo Shangri-La em Cingapura, principal conferência de defesa da Ásia, Austin disse que houve um aumento “alarmante” no número de encontros inseguros e não profissionais entre aviões e navios chineses e de outros países.
“Testemunhamos um aumento constante na atividade militar provocativa e desestabilizadora perto de Taiwan, e isso inclui aeronaves do PLA [sigla em inglês para Exército de Libertação Popular da China] voando perto de Taiwan em números recordes nos últimos meses e quase diariamente”, destacou Austin.
Pequim alerta para guerra
Os comentários de Austin ocorrem um dia após o encontro dele com o ministro da Defesa chinês, general Wei Fenghe, às margens da conferência.
Na sexta-feira, Wei alertou Austin que “se alguém se atrever a separar Taiwan da China, os militares chineses não hesitarão por um momento em iniciar uma guerra, não importa o custo”, informou um porta-voz do ministério da Defesa chinês.
Wei também disse que Pequim “esmagará de forma determinada” qualquer tentativa de independência da ilha, destacou o ministério.
Na reunião, o secretário de Defesa dos EUA disse ao seu homólogo chinês que Pequim deveria “abster-se” de qualquer ação desestabilizadora contra a ilha de Taiwan, divulgou o Pentágono.
O encontro entre Wei Fenghe e Lloyd Austin ocorreu algumas semanas após a incursão de 30 aviões militares chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan – a maior operação desse tipo em 2022.
Reivindicações “absurdas”, diz Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan denunciou como “absurdas” as reivindicações de soberania da China.
“Taiwan nunca esteve sob a jurisdição do governo chinês, e o povo de Taiwan não vai sucumbir às ameaças de força do governo chinês”, disse a porta-voz do ministério, Joanne Ou.
Austin disse que a política dos Estados Unidos em relação a Taiwan é permanecer contrária a “qualquer mudança unilateral no status quo de ambos os lados”.
“Nossa política não mudou. Mas, infelizmente, isso não parece ser verdade para a RPC”, disse, usando a sigla para se referir à República Popular da China.
“Continuamos focados em manter a paz, a estabilidade e o status quo em todo o Estreito de Taiwan. Mas as medidas da RPC ameaçam minar a segurança, a estabilidade e a prosperidade no Indo-Pacífico”.
Segundo ele, os EUA farão a sua parte “para gerenciar essas tensões com responsabilidade, para evitar conflitos e buscar a paz e a prosperidade”.