O governo do Egito apresentou na segunda-feira (30) a descoberta de 250 sarcófagos e 150 estátuas de bronze na necrópole de Saqqara, no sul do Cairo, o último de uma série de achados notáveis na região.
O sítio de Saqqara, situado cerca de 15 quilômetros ao sul das famosas pirâmides do planalto de Gizé, faz parte da lista do patrimônio mundial da Unesco e é conhecido pela famosa pirâmide escalonada do faraó Djoser.
Este monumento, construído 2.700 antes da era cristã pelo arquiteto Imhotep, é considerado um dos mais antigos do mundo.
Entre as 150 estátuas descobertas no local figuram uma do arquiteto, também vizir e médico Imhotep.
Inventor da construção em pedra esculpida, Imhotep “revolucionou a arquitetura” no mundo antigo, declarou nesta segunda-feira à imprensa Mostafa Waziri, diretor do Conselho Supremo de Antiguidades do país.
“Encontrar a tumba de Imhotep” é um dos principais objetivos da missão arqueológica que já fez quatro temporadas de explorações arqueológicas no sítio, acrescentou Waziri.
Além da estátua de Imhotep, outras de bronze que representam as divindades do panteão egípcio “Osiris, Isis, Hator, Ámon Min, Nefertum e Anúbis” foram reveladas, indicou o Ministério do Turismo e Antiguidades em comunicado.
E “250 sarcófagos em madeira com múmias” do século V a.C. também foram encontrados, acrescentou Waziri.
Em um deles, um papiro “intacto” e “selado” encontrado pelos arqueólogos foi imediatamente transferido para o laboratório do museu egípcio da praça Tahrir, no Cairo, para ser restaurado e analisado.
Com cerca de nove metros de comprimento, o papiro inclui certamente capítulos do Livro dos Mortos, segundo o diretor.
Waziri assinalou que os sarcófagos seriam levados para o novo “Grande Museu Egípcio”, perto do planalto de Gizé, que as autoridades egípcias esperam inaugurar este ano após muitos adiamentos.
Em janeiro de 2021, Egito já havia descoberto novos “tesouros” arqueológicos em Saqqara, entre eles 50 sarcófagos do Novo Império, de mais de 3.000 anos de idade.
As autoridades asseguram que essas descobertas facilitarão a “reescrever a história” deste período.
O Cairo conta com as novas descobertas para retomar o turismo, afetado pela covid-19.
O setor, que emprega dois milhões de pessoas e é responsável por mais de 10% do PIB, vem sendo afetado desde a Primavera Árabe de 2011.