O novo ministro da Saúde do Chile, Enrique Paris, afirmou no domingo (14) que os registros da pandemia no país somarão as mortes suspeitas de coronavírus, um número que pode dobrar o saldo atual, superior aos 3.300 mortos desde março.
Ante o registro de quase 7.000 casos nas últimas 24 horas, o ministro afirmou que a quarentena será prolongará “pelo menos por todo o mês junho” na região metropolitana de Santiago, onde vivem sete milhões de habitantes.
Paris fez o anúncio em seu primeiro dia no cargo, após seu antecessor Jaime Mañalich renunciar no sábado em meio a críticas contra sua gestão da crise e pela mudança na metodologia de contagem que colocou em dúvida o real número de mortos por COVID-19.
Paris assumiu o cargo em um momento em que a pandemia atinge severamente este país de quase 18 milhões de habitantes, onde as quarentenas seletivas de meados de março até as últimas medidas de confinamento mais radicais em Santiago e outras cidades não tiveram nenhuma eficácia para conter o avanço do vírus.
O relatório deste domingo continuou marcando recordes ao somar 6.938 novos casos e 222 mortes, totalizando 174.293 infectados e 3.323 mortos desde 3 de março, quando foi registrado o primeiro caso no Chile.
“Desejamos continuar fortalecendo a transparência de nossos dados”, disse Paris, acrescentando que “todas as sociedades científicas terão lugar nos diálogos”, ao ratificar seu compromisso com o diálogo e com a consultoria de especialistas na tomada de decisões, algo pelo qual Mañalich foi criticado.
Em relação ao registro de mortes, o chefe do Departamento de Epidemiologia do Ministério da Saúde, Rafael Araos, confirmou que começarão a acrescentar “nos próximos dias” no registro diário as mortes que podem ser atribuidas à COVID-19, mesmo que não tenham uma confirmação.