As mulheres chilenas podem denunciar em farmácias atos de violência doméstica durante a quarentena pelo novo coronavírus utilizando uma palavra-chave – “mascarilla19” (máscara19 em português) -, informou neste último sábado (25) o ministério da Mulher.
Funcionários de mais de três mil farmácias em todo o Chile foram instruídos para estar alertas quando uma mulher se aproximar e pedir “mascarilla19”, cuja menção ativará um protocolo para ajudar a denunciante, explicou Carolina Cuevas, ministra da Mulher, durante a apresentação do novo programa.
“Esta é uma ferramenta a mais que somamos para que as mulheres possam pedir ajuda e para aumentar a disponibilidade de canais de comunicação. Tomara que um dos aprendizados que esta pandemia nos deixe no tema da violência intrafamiliar é que nunca mais podemos justificar a violência contra as mulheres”, acrescentou Cuevas.
A palavra-chave será usada quando a denunciante se sentir ameaçada, vivendo uma situação de violência ou sua vida estiver em risco. Os funcionários deverão, então, pegar os dados da mulher e colocá-la em seguida em contato por telefone com o Ministério da Mulher ou, se for um fato grave, com a Polícia.
A iniciativa foi usada com sucesso na Espanha e na Argentina, onde a experiência revelou que o estresse e a pressão provocados pela quarentena aumentam os riscos de uma mulher ser vítima de agressão do companheiro, informou o Ministério da Mulher.
No Chile são realizadas quarentenas seletivas por região e toque de recolher noturno em todo o país. O número de feminicídios reportados (4) é baixo frente ao aumento das denúncias contra violência doméstica, que em algumas localidades como Providencia, de classe média e alta, cresceram 500%.
O país contabiliza 7.213 contagiados e 181 mortos por COVID-19 até este sábado, segundo dados oficiais.