No dia 16 de outubro é celebrado o Dia Mundial da Alimentação e, em 2020, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) completa 75 anos de fundação. Na Bahia, a gestão estadual adota uma série de iniciativas em diversas frentes para combater a fome, principalmente entre a população mais vulnerável. Entre as iniciativas implementadas estão os Restaurantes Populares, que oferecem alimentação nutritiva e de qualidade a milhares de baianos a custo simbólico de apenas R$ 1. Crianças de 0 a 5 anos não precisam pagar.
Em Salvador, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), mantém duas unidades do Restaurante Popular, uma no bairro do Comércio e outra na Liberdade. Somente em 2020 já foram servidas mais de um milhão de refeições. Mesmo no período de pico da pandemia da Covid-19, as unidades continuaram funcionando, mas com adoção das medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos da área de saúde.
O coordenador de segurança alimentar e nutricional dos restaurantes populares, Anielson Santos, destacou que a data é importante para refletir sobre o acesso à alimentação. “O direito à alimentação é garantido constitucionalmente para todas as pessoas. A estratégia dos restaurantes populares assegura à população em situação de vulnerabilidade a possibilidade de ter uma refeição de qualidade e balanceada a um valor simbólico. Neste cenário de pandemia que vivenciamos, essa estratégia se reveste de uma importância ainda maior porque as pessoas perderam seu poder aquisitivo e evidenciamos um aumento da situação de insegurança alimentar na nossa cidade”.
Os dois restaurantes oferecem cinco mil refeições diariamente e funcionam das 10h às 14h30. Neste ano já foram ofertadas mais de um milhão de refeições, sendo que a média anual dos restaurantes é de 1,3 milhão. Por conta da pandemia, o almoço está sendo servido em quentinhas para que o consumo seja feito fora das instalações dos restaurantes.
Segundo a nutricionista Elane Marques, o cardápio do restaurante é montado mensalmente e garante uma diversificação dos alimentos ofertados, incluindo uma fruta como sobremesa. “Todo dia é um prato diferente e só se repete o arroz e feijão porque é tradicional na nossa mesa. Alternamos a oferta de proteína entre carne branca e vermelha. O prato tem valor nutricional de 1.400 calorias e incluímos saladas. A fruta também faz parte e uma vez na semana incluímos um doce caseiro de banana ou frutas”.
A empregada doméstica Lúcia dos Santos afirma que a comida é de boa qualidade. “Eu venho comer aqui todos dias e também levar para os meus filhos em casa. A comida é de qualidade e por ser um real a gente consegue o valor com certa facilidade”, revelou.