A África do Sul vai suspender o uso da vacina desenvolvida em parceria entre a farmacêutica britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford após teste apontar que o imunizante oferece proteção limitada contra a variante sul-africana do coronavírus.
Segundo o jornal Estado de S. Paulo, o governo do país pretendia começar a aplicação da vacina contra a covid-19 em profissionais de saúde em breve, após ter recebido 1 milhão de doses na semana passada. No entanto, um estudo da Universidade de Witwatersrand, da África do Sul, e da Universidade de Oxford mostrou que a vacina reduziu significativamente sua eficácia contra a principal variante no país, segundo reportagem do Financial Times.
Neste domingo, 7, o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, afirmou que a melhor forma de proceder com as vacinas de Oxford recebidas ainda será discutida com cientistas da pasta. Como alternativa, o governo sul-africano espera oferecer imunizantes da Johnson & Johnson e da Pfizer nas próximas semanas.
Entre as variantes do coronavírus atualmente mais preocupantes para cientistas e especialistas em saúde pública estão as chamadas cepas britânica, sul-africana e brasileira. Há indícios de que essas variantes se espalham mais rapidamente do que outras.para
“Neste pequeno estudo de fase I e II, os dados iniciais mostraram eficácia limitada contra infecções leves principalmente devido à variante sul-africana B.1.351”, disse um porta-voz da AstraZeneca no sábado, 6. “No entanto, não fomos capazes de determinar adequadamente seu efeito contra infecções graves e contra hospitalização, uma vez que os indivíduos eram predominantemente adultos jovens saudáveis.”
O teste envolveu 2.026 pessoas, com metade sendo o grupo placebo, e não foi revisado por pares, de acordo com o Financial Times. Segundo o jornal, nenhum dos participantes foi hospitalizado ou morreu.
A AstraZeneca afirmou acreditar que sua vacina poderá proteger contra infecções graves, visto que a atividade de anticorpo neutralizante era equivalente à de outras vacinas contra covid-19 que demonstraram proteção contra casos mais sérios.
Embora milhares de mudanças individuais tenham surgido à medida que o vírus se transforma em novas variantes, apenas uma pequena minoria provavelmente será relevante ou alterará o vírus de forma perceptível, de acordo com o British Medical Journal.
“A Universidade de Oxford e a AstraZeneca começaram a adaptar a vacina contra essa variante e irão avançar rapidamente no desenvolvimento clínico para que esteja pronta para entrega no outono (do Hemisfério Norte), caso seja necessário”, disse o porta-voz da AstraZeneca.
Na sexta, Oxford disse que sua vacina tem eficácia semelhante contra a variante do coronavírus britânico, assim como contra as variantes que circulavam anteriormente.