Apesar do show de desprezo pela vacina demonstrado por Jair Bolsonaro nos últimos dias do ano passado, a ala moderada do governo entrou 2021 focada nas negociações para acelerar a chegada do imunizante contra o coronavírus nas próximas semanas.
A leitura é de que o atraso registrado no Brasil cobrará um preço alto da já desgastada imagem da gestão de Bolsonaro durante a pandemia. “Desde os tempos de Mandetta e da falta de respiradores e EPIs, tudo foi atrasado no governo. Precisamos mudar isso o quanto antes. O tempo perdido na vacina precisa ser recuperado logo, porque o governo não tem mais tempo a perder. É o último ano de oportunidade de grandes feitos”, diz uma liado de Bolsonaro.
O avanço da vacina no Brasil poderá, na avaliação de interlocutores do presidente no Congresso, abrir espaço para que o presidente volte a tocar a agenda de pautas positivas, com obras e, quem sabe, reformas aprovadas no Legislativo.
Como o debate eleitoral de 2022 tomará conta do noticiário no segundo semestre, os aliados de Bolsonaro farão o possível para convencê-lo a focar no trabalho nesses primeiro meses do ano e deixar de lado as viagens inúteis com “agenda de prefeito”, como diz um cacique bolsonarista.